Até há 50 anos, era comum haver elevadores para não-negros e não-empregados em alguns prédios.
Lembro que em uma das vezes em que estive no Rio de janeiro e 1987, cheguei a adentrar a um prédio onde os empregados domésticos só podiam usar o elevador de serviço, mesmo se não estivessem com nenhum pacote, mercadoria, enfim, mesmo que não estivessem “de serviço”: só pelo simples fato de serem empregados domésticos.
Era um edifício de Copacabana, e ouvi do porteiro para uma senhora lá – e era a coisa mais normal do mundo. Parecia que era a cultura. Sem qualquer exercício de hipocrisia, lembro que na época nem me choquei.
Era época até de outra Constituição, olhando pelos olhos atuais.
Muito daquilo acabou. MUITO, não tudo. Ainda há aphartheid social
Privilégios são ignóbeis, nojentos, medonhos e lastimáveis.
Em Estado formado por cidadãos, nada existe que justifique qualquer algo dado a um e não a outro, nem cargo, nem posição.
Digam o que digam, no mundo forense existe um sentimento latente de que os juízes e promotores estão acima dos advogados em questão de importância. Seja pelos ganhos maiores, em geral, por suas atividades, seja pelo poder de decidir. Não há qualquer motivação para uns terem direito a porte de arma, outros não, afinal, advogados desagradam a parte contrária também.
Algumas justificativas idiotas surgem: “Todos são iguais perante a lei, mas a lei não é igual para todos” – melhor seria “mas uns são mais iguais que os outros”.
Foi algo bem parecido ao ocorria na França tempos desses, mas em 1793 resolveram rapidinho.