Metrô foi uma das bandas que estouraram no meio dos anos 80, com o rock nacional (era a new-wave na sua versão
brasileira). Era a típica banda com arranjo eletrônico, pasteurizado, voz eletrônica tratada. Melodias fáceis pegajosas.
Era 1985 quando conheci o som da banda.
Talvez por ser muito eletrônica, eu sempre achei que fosse um “produto de estúdio”, uma montagem de algum produtor que gravou todas as pistas com sintetizadores e eletroritmos, colocou uma menina bonita para cantar e fez algum dinheiro.
Lembro que, em 1993, o Gilmário (responsável pelo Estúdio Amazonas que foi técnico da gravação da demo da minha então- banda “Alta Ralé”) nos disse que nos discos do Metrô se usava um aparelho com um nome enrolado, que deixava o som daquele jeito. Tudo muito comprimido, certinho mas – incrível – monstruosamente bem gravado, depois fui ler que era resultado do Estúdio Transamérica, talvez o mais avançado da época no país.
Bem, sexta estive na Saraiva, fui lá no cantinho de lançamentos e vi algo novo do Metrô, novo como produto.
Fizeram algo genial: Lançaram um CD remasterizado, tendo como faixas-bônus trilhas do outro CD que lançaram na época, com outro CD contendo faixas ao vivo e a demo inicial do estúdio.
Conseguiram relançar um disco, ao mesmo tempo em que era uma coletânea e apanhado de curiosidades. Show!
Como eu gosto de 4 das 5 músicas que estouraram há 30 anos, já escutei sabendo que, de algo, eu iria gostar.
Mas a experiência foi tremenda: a remasterização me fez perceber que nem tudo no som deles é só eletrônico, tem guitarra sim. Descobri mais três músicas muito legais que não estouraram na época (ao menos aqui em Manaus) e já foram, com as outras, para o iPod rapidinho.
Está tudo lá: Johnny Love, Sândalo de Dãndi, Tudo Pode Mudar, Beat Acelerado, Ti ti ti. E as que passei a gostar: Olhar, Cenas Obcenas e Hawaii-Bombai.
Chegou a vez de ouvir o CD ao vivo.
Eu achei que a voz dela ao vivo seria o negócio fraquinho, morto, já que precisou de tanta máquina vocal no estúdio.
Quebrei a cara: a voz dela é alta e ela segurou legal a onda, inclusive gerando mais energia ao vivo que nao estúdio.
Em uma das apresentações ao vivo, a Virginie fala que a banda já “existe há 6 anos”, fui checar depois e era isso mesmo, a banda nasceu em 1978, com o nome de “A gota suspensa”. Show!
As fotos das apresentações ao vivo são impossíveis de serem mais 80, nos deixa mesmo pensando em como seria aquilo lá naquele momento. A banda é realmente boa, os caras tocavam mesmo, nada “maquiado” como eu sempre pensei que fosse.
Fica impensável, hoje, imaginar que o som há 30 anos era legalzão como as músicas do disco, o que me deixa claro que, em 30 anos, tudo só piorou em volta, regredimos – malditos anos 90 que enterraram tudo…
Bem, a banda ganhou o meu respeito e um fá, ainda que fora da época em que estouraram.
Ouvindo no Google play o som desde disco é mais próximo do som original do Lp. Aquele som meio difuso. A voz da Vitrine é mais baixa que no primeiro Cd dos anos 90.
Vou ver se compro pra ver se a Internet não me enganou kkkkkkkk