Balneário da Ponte da Bolívia

Era o balneário de Manaus na infância da geração 80. Frequentei  o local de 1979 (quando lembro, pode ter sido antes) até por volta de 1986. Era um local perto da barreira, aliás, ainda é.

O rio era largo, muito largo; com partes rasas e fundas; a parte rasa, que era a maior, era muito extensa. Nas cabanas se comia peixes servidos no local. A parte mais funda ficava perto da rua, onde pessoas pulavam na água (de cabeça, muita coragem!).

Foto do final dos anos 70

O rio passava por debaixo da rua, por um vão imenso, que formava uma ponte no rio; Na margem havia areia, muito branca. Nossa alegria; podia-se ver várias crianças com baldes e pazinhas;

Seguindo pelo outro lado da rua o rio continuava, passando por uma criação de peixes e, ao lado, uma propriedade nossa (bem, na verdade, nosso balneário e a criação de peixes é que vinham antes da Ponte da Bolívia, de acordo com a direção do rio.

O fim

Em 1985 (ou 1986?) a prefeitura teve a brilhante e talentosa ideia de construir um lixão logo depois da barreira. Um ano depois, o igarapé da Ponte da Bolívia estava poluído.

Meu pai, visionário, vendeu logo nosso balneário vizinho.

O igarapé até resiste, a floresta invadiu a areia. Há recuperação?

E assim, rapidamente, a Ponte da Bolívia deixou de ser opção para ser história..

Foi o único caso que conheço onde um rio não poluiu aos poucos, mas de uma vez.

4 thoughts on “Balneário da Ponte da Bolívia

  1. a recuperação pode acontecer se tirarem a lixeira do km 19. o processo é lento mas se consegue reverter esse quadro. show de bola essa foto da “Ponte da Bolívia”.

  2. Sou Manauara,mas moro em rondonia desde 1975,porem antes de vir para Porto Velho,eu tambem frequantei muitas vezes a ponte da bolivia.Realmente o prefeito da epoca,nao tinha visao do estrago que fez na lembrança do Manauara.

  3. Bom… Por possuir curso de Gerenciamento de Áreas Contaminadas/(CEJUR-SP), foi estudado o processo de despoluição do Rio Tietê dentro de um prazo 30 anos, lembrando que, neste rio, apesar de dejetos humanos, há-se descarga de poluentes químicos industriais e não iniciado por falta de vontade política.
    Verificando melhor a foto titulada “O fim”, é visível notar apenas a contaminação para uso humano, porem, houve um “upgade” natural de fertilização na flora, que se segue perfeitamente saudável e sem indício de devastação, e por se tratar de emissão biológica, é recuperável tanto esse, como o Tarumãzinho, o Igarapé do 40, o Mindú entre outros em menos de 10 anos com o devido investimento em sistemas de esgoto, Usinas de Traição e verificação científica de cardumes e outras faunas fluviais… Em resumo: Intervenção do Poder Público.
    Tenho registro de 1984 na Ponte da Bolívia, bons tempos de infância!!!

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