Existe algum meio-termo entre a carreira musical solo e a em banda? Sim, é a “One-Man Band” (OMB).
São aquelas bandas que, na verdade, os integrantes são apenas satélites que gravitam em volta de um só, de um líder que, de fato, é como um artista solo seguido por outros músicos que compartilham um nome de projeto em comum. É algo como “banda-de-um-homem-só” mesmo.
Quando a banda está em início de carreira, é quase impossível se identificar se aquela é uma OMB, a menos que isso seja declarado pela própria banda ou ficar muito evidente em apresentações (como o “Karkak” nos anos 90, onde ficava claro que a banda gravitava em torno do Abujanra). Agora, ao longo do tempo, fica fácil se descobrir uma OMB, os integrantes começam a entrar e sair mas UM… nunca muda!
Aliás, algumas OMB não nascem assim, mas acabam de tornando, como é o caso dos Mutantes, hoje uma clara OMD do grande Sérgio Batista.
Não necessariamente isso é bom ou ruim, tendo vantagem e desvantagem.
Uma vantagem da OMB é que, se você gostar do estilo, vai sempre gostar da banda, pois o estilo jamais mudará, já que é ditada pelo cabeça, e como ele é o integrante fixo, o estilo vai continuar. Aliás, dia desses eu estava assistindo ao DVD novo do Humberto Gessinger, “Insular”, e descobri que as músicas parecem… músicas dos Engenheiros do Havaii! – Uma típica “One-man-band”
A desvantagem é que a banda vai começar a ficar sem identidade, nascendo então as “formações” (ou “marks”, em inglês): “-Gosto da banda tal, mas aquela da terceira formação” ou algo parecido.
Bem, na MINHA concepção, identifico as seguintes como típicas OMB:
Engenheiros do Hawaii – Acho que é quase um projeto pessoal de Humberto Gessinger;
Mutantes – Nasceu Sérgio-Rita-Arnaldo, mas desde a primeira metade dos anos 70 que é um projeto do Sérgio Batista;
Karnak – Uma projeto do Abjunra;
Simply Red – Bem, esqueci o nome do vocalista, mas essa é delaradamente uma banda dele e só dele, tanto que inclusive só ele figura nas capas e divulgações da banda;
Megadeth – Desde o início quase um “projeto-solo” do Dave Mustaine;
Ah, claro, o atual Guns´n´Roses – Alguém duvida que aquilo é Axl solo?
É importante não confundir OMB com bandas onde o vocalista ou alguém fica em maior evidência; vejamos o Jethro Tull: ao longo do tempo o Ian Anderson quase se tornou o único integrante com imagem evidenciada da banda ao longo das quatro últimas décadas, no entanto, os outros integrantes estão lá desde o início igualmente decidindo sobre a banda – se o Jethro Tull é uma OMB não está claro, ao menos até agora.
E não necessariamente a OMB existe por vontade do “cabeça”, às vezes é porque é o único que vai levando o projeto adiante mesmo. Tive uma banda nos anos 90, a Alta Ralé, que teve cinco – CINCO – formações, onde fui o único fixo em todas elas – teoricamente, uma típica OMB, mas não porque eu quis ou tivesse formatado o projeto assim, apenas os integrantes foram voando da nave ao longo do tempo.
Só uma correção, professor…
É Megadeth. 😉
Obrigaaaaaado! Realente eu havia escrito MegadeAth. Já corrigi o post. Lhe devo essa.
Por nada! ^_^ \m/