Estava lançada a última linha do parecer, agora era esperar a choradeira amanhã quando entregasse o relatório. Amanhã? Já era quase três da madrugada! Mas ainda dá pra dormir…
– Devo contar tudo a ela? – Ainda pensava; dessa vez, alto.
– Deve! – uma voz lhe tocou o ouvido.
– Alguém falou? – Olhava em volta. Medo.
– Deve. Conte!
– Quem está aí?
– Aqui. Ao lado da relatório!
Tárfilo pensou estar doido, ou era o sono mesmo. Tudo o que havia na mesa, ao lado do relatório, era sua caneta, uma Parker 51 que sempre levava consigo no último ano e meio; talvez já adormecera e estava tendo um ´sonho lúcido´, como lera em uma revista. Mas a voz continuou:
(…)