“Wanda Vision” – As ´várias séries´ em uma série

Hoje passou o sétimo episódio de “Wanda Vision” – Posso notar três ocorrências (camadas) diferentes no ecossistema gerado pela série:

1 – A própria série:

Certa vez um amigo nosso disse “-Rapaz, eu gosto da música ´Feelings´ do Morris Abert: Ela chega de mansinho, devagar, vai nos tomando e termina nos prendendo.”. Esse é o resumo de como enquadro o “Wanda Vision”, série com episódios semanais na Disney+. A assisto desde o primeiro episódio, no início de janeiro desse 2021. Já desde lá fiquei intrigado, já sabia que trataria sobre super-heróis, então, que raio de sentido faria aquele aspecto de sitcom dos anos 50 como daquele primeiro episódio? Sò isso bastaria para nos deixar curiosos. Depois, saber que a cada episódio as décadas visuais evoluiriam visualmente na trama nos deixa ainda mais presos. Há a alinha narrativa acontecendo enquanto se dá uma linha formal paralela em forma de programas de séries conforma a estética de cada década (começou nos anos 50, bem parecido com o “I Love Lucy” e já está nos anos 2000). Para não dar spoiler apenas direi que (aparenta) ser sobre um casal, onde informações de realidade fantástica vão surgindo.

2 – O que especulam sobre a série:

Youtubers aficionados ou iniciados em Universo Marvel ficam especulando, formulando teorias e tentando enquadrar a série na linha do tempo passada e futura, bem como localizar os personagens nos diversos filmes da Marvel. Isso faz com que cada episódio fique maior do que realmente é, pois cada narrativa tem a interna e a externa, que inclusive pode mudar a interpretação sobre o que se viu no episódio. Como não sou afeto aos detalhes Marvel, o assisto como um espectador comum. Os fãs traçam algo como multiverso, com realidades paralelas e ligações mirabolantes de personagem X, que é o autor Y na versão W, mas nos quadrinhos é Z (só eles entendem, estou tentando aprender com eles). Há portanto dois públicos, o que se prende ao conteúdo de cada semana e os que ficam mergulhados no espaço Marvel buscando conexões.

3 – O clima gerado pela série:

Houve o teatro, jornal, rádio, cinema, televisão, internet streaming… cada novo canal de entretenimento trouxe uma interação diferente, e fez com que os anteriores se reinventassem. O máximo que já havíamos atingido era as séries que eram entregues com as temporadas inteiras pela Netflix e suas congêneres, achei que as séries modernas seriam a etapa posterior às telenovelas. Mas eis que surge Wanda Vision e me mostra que é possível unir as séries com as discussões e expectativas geradas de um capítulo para outro como na época de ouro das telenovelas (que terminou lá por 2000, penso). Parte da web fica discutindo a série, o que nos faz querer assistir o próximo capítulo para que não nos sintamos excluídos de tudo. E isso é novo.

Penso que o WW trouxe uma nova modalidade de entretenimento audiovisual, já dando norte do próximo estágio de como os streamings irão tomar nossa atenção.

Author: Marco Evangelista

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