Uma greve que gere vítimas inocentes perde o senso de justiça

É um regra de direito natural que não se pode punir um inocente.
Uma greve só é legítima quando o único atingido com eventual prejuízo é quem tem poder de decidir e conceder, diretamente, o pleito do grevista.

Uma greve que, como efeito colateral, gere prejuízo para quem não paga diretamente o salário do grevista é suja, injusta, iníqua e, como tal, deveria deixar em tais grevistas a marca indelével de indigno de qualquer confiança.

Na época de minha primeira faculdade, a UA (hoje UFAM) vivia com seus servidores em greve, e quem ficava sem aula era os alunos. Éramos nós, nos alunos, que pagavam os salários daqueles servidores?
Os servidores da Justiça do Trabalho entram em greve – São os jurisdicionados, que lá já estão para buscar guarita, que devem pagar pelo baixo salário dos servidores?
Os aeroviários entram em greve, e são as pessoas que tentam viajar que pagam o pato.
Esse ano de 2011 os funcionários dos correios grevaram e nós, que nem sabemos quanto eles ganham, muito menos temos qualquer ingerência quanto a isso, pagamos a conta de suas insatisfações.
Os bombeiros, bancários, motoristas de ônibus entrara em greve, “e ferrem-se todos”.

Não existem direitos absolutos. Nenhum direito de um ,poucos ou alguns se legitima com o prejuízo de todos.

Bem deveria ficar tatuado na testa de um grevista tipo “tô nem aí, danem-se todos” que como tal se comportou, pois não pensou duas vezes em usar um inocente como arma para seu interesse particular; é como o assaltante que usa um bebê de quatro meses como escudo para uma fuga: “dane-se o bebê, eu quero é me dar bem!”

E, pior, desconfie de qualquer greve que coloque o “povo”, “população”, “cliente” como parte das reivindicações – são motivos falsos.

Assim, na UFAM (só para ficar nesse exemplo) alegavam que era “pela melhoria na Universidade Pública” e assim por diante: para defender o próprio bolso, alguns inescrupulosos não se contentam em gerar prejuízo para um inocente, ainda escondem o que desejam através de alguma falácia onde se possa colocar a opinião pública como massa de manobra do ganho pessoal que pretendem.

Não coloco em questão se o que pretende um grevista desse tipo é justo ou não porque, ainda que o for, deixa de sê-lo quando sacrifica um inocente para obter o que quer, já que gerou uma vítima, talvez a única vítima.

Haverá de chegar o dia em que cada um desses revistas que punem o povo pague caro, seja onde, como e quando for.

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