
Era 1979.
Uma propaganda invadia a TV, uma menina mostrava algo pro imão mais novo, uma figura que ela riscava e passava para outro papel, e enquanto riscava falava “Transfer… transfer… transferiu! A figurinha que estava aqui passou pra cá!”.
A propaganda era bem explicativa, era isso mesmo.
Em 1979 as bancas e camelôs de frente de colégios foram tomados pelos transfers.
Eram papéis que tinham cenários, e no meio do pacote havia uma folha plástica, com umas figuras. Grudada e tais folhas plásticas havia uma folha de papel de seda, para não desgrudar tais figuras.
Colocávamos tais figuras sobre qualquer coisa e riscávamos por cima.
A figura se descolava da folha plástica e se aderia à superfície que escolhemos.
A ideia original é que colocássemos as figuras no cenário que vinha no pacote (mônica, marvel, espaço, fazenda, cidade, trabalho, havia muitos outros…)
Ao enchermos o cenário, a imagem se completava. Havia quem colocasse aquilo na parede, deixasse de enfeite em algum lugar, eu simplesmente jogava fora e comprava outro.
Embora a ideia original fosse essa, logo se começava a usar tais figuras em cadernos, capas dos livros do colégio e tudo mais. lembro até de haver visto tais figuras riscadas pelas paredes do Ida Nelson, colégio onde estudei. Vi até quem riscasse tais figuras no próprio corpo.

Havia duas versões. A grande, que era o “Transfer” mesmo, e uma outra versão menor, na verdade a original, logo publicada por outra editora, o Kalkito, que acabou se tornando um concorrente, embora só nos referíssemos a eles como “O transfer normal e o transfer kalkitos”.
Passou muito rápido. Lá por fim de 1982 já escasseava (chegou a ter um sobre a Copa daquele ano) e em início de 1983 já havia sumido do mercado.