[resenha] “Somos tão jovens” (2013)

Algo bem conveniente para este EvangeBlogueiro: Uma resenha (que normalmente posto em dia de semana) sobre um filme temático dos anos 80 (tema que posto aos domingos). Vamos a ele:

O filme “somos tão jovens”, em tese, seria sobre Renato Russo e a banda Legião Urbana. Era o que o trailler transmitia.

É um daqueles filmes que já se vai sabendo que vai ser bom (o que já contamina a isenção da resenha, sorry).

Sabíamos nos 80’s que era mais fácil estourar nacionalmente, pois ainda havia muitos programas nacionais que funcionavam às custas de jabá direto (se negociava direto com o dono do programa), era o caso do Chacrinha, Bolinha e Raul Gil.

A temática do filme (época em que éramos jovens e sonhadores) envolveu a todos na sala, com o clima de nostalgia. A música ”tempo perdido” no início do filme já deixa todos eletrizados.

A semelhança até nos menores trejeitos do ator (Thiago Mendonça) com o biografado é incrível. Eu e milhares que assistiram à entrevista dele no Jô sabem bem que até o jeito de falar do ator está igual ao do Renato Russo. O jeito com que ele dança também impressiona: era “ele” mesmo!

A cena em que ele volta a andar depois do acidente me fez lembrar a cena do Forest Gump correndo e se livrando do aparelho da perna.

“O poder da Gibson” dito pelo Herbert é crucial (embora ele tenha entrado para a história tocando uma Fender, no Rock in Rio). Aliás, a imitação do Herbert está tão engraçada e caricata que fica simpaticamente perfeita no filme.

Ah, depois daquilo viria a lambada, axé, pagode, forró e boi. Se começou a enterrar aquilo.

Fica muito claro que o filme brasileiro é MELHOR que os importados, quando querem fazer algo bom.

Imagens verossímeis de Brasília de 1976 nos passam a impressão de serem contemporâneas, e não refilmadas.

Particularmente, acho que cada grande banda dos 80’s merecia um filme, mas um FILME mesmo sobre a banda, não sobre os seus integrantes individualmente.

Ficamos divididos. Queríamos mais. Do meio para o fim do filme, se perdeu a cronologia e pareceu cenas esparsas. Mas… nunca teremos um trabalho perfeito, cada um do público certamente gostaria que a história fosse retratada de uma forma e ângulo diferente. Acho que até os roteiristas sabem disso, tanto que nos créditos finais surge “Essa é uma obra de ficção livremente inspirada em fatos reais”- É uma defesa contra qualquer crítica de que não seguiram os fatos (O seguro morreu de velho!).

 

Spoillers (se você ainda não sabe o que são “Spoillers”, são dados que podem estragar o fim do filme para você, se lidos antes):

O filme termina com uma mensagem não dita: “O resto é história”. O mérito é mostrar o “antes”, e acaba não sendo um filme nem sobre Renato Russo, nem sobre o Legião Urbana nem sobre o Capital Inicial, mas sim sobre o Aborto Elétrico.

Duas omissões graves no filme: O filho do Renato Russo não surge, embora o filme tenha ido até 1985. E uma omissão grave: o Negresco, integrante da legião Urbana, não é mencionado, nem indicado, nem referenciado, nem sugerido, ou seja: foi apagado que nem Stalim fazia com seus opositores – tudo bem, se assumirmos de vez que o filme, como eu disse é sobre o “Aborto Elétrico” e não sobre o Legião Urbana.

Ah, e pesquisando aqui descobri que o show no Circo Voador foi em 1983, e não em 1985 como aparece no letreiro final do filme (ou foi como entendi).

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