[resenha] Livro “Makeup to breakup – Minha vida dentro e fora do Kiss” (Peter Criss)

pcrPeter Criss foi baterista do Kiss do início da banda até 1979, e de 1996 a 2004. Usava a maquiagem do homem-gato.

É uma autobiografia, embora na quase totalidade, trate da história do Kiss, mas vista de dentro pra fora, o que por si só já recomenda a leitura do livro de 381 páginas.

Ele conta que estava a toa quando recebeu uma ligação de Gene, perguntando se ele estava disposto a fazer qualquer coisa para ter sucesso, ele disse que sim e marcaram um encontro onde estava Gene e Paul. Gene lhe fez várias perguntas.

São algumas passagens memoráveis deste livro:

“No que diz respeito a Paul, fui contratado na hora. Ele não precisava me ouvir tocar; minha aparência o impressionou demais.”

“- Que tal darmos o nome de ´Fuck´ à banda? – eu disse como piada. De repente, Paul disse: “- Kiss.”. “- Nem ferrando – afirmei, enfurecido. – Esse é um nome muito veado! Gene disse “Bem, Peter, seria o beijo da morte!”. A logomarca da banda foi criado por Ace.”

 

“independentemente do buraco onde estivéssemos tocando, dizíamos: ´Vamos imaginar que estamos no Madison Square Garden´. E nada refreava quatro cara que tinham aquela energia incrivelmente positiva.”

 

Conta como conheceram o empresário da banda, Bill Aucoin: “Em um show, sua irmão e umas colegas foram asisti-lo, Bill chegou “ e foi conversar com elas, e minha irmã Donna Donna disse paa ele que éramos a banda mais incrível do mundo.”

 

Sobre a fase em que abriam shows: “Na maioria das vezes, superávamos a atração principal do show e, de vez em quando, a reação era tão grande que acabávamos expulsos da turnê. O Aerosmith nos chutou depois de duas apresentações, o Argent também, fizemos abertura para o Foghat, ZZ Top e o REO Speedwagon, e todos eles se sentiram ameaçados pela recepção que conseguíamos do público.”

 

Sobre o disco “Alive”: “No final das contas, terminamos mantendo somente a trilha de minha bateria, meus vocais e as batidas de Pau entre as músicas. Todo o resto foi recriado em estúdio.”

“As turnês não eram só diversão e brincadeiras. De um modo geral, eram chatas e solitárias. Você passa a maior parte de seu tempo esperando pela hora e meia em que estará no palco.”

“Os fãs começaram a aparecer nos bastidores com seus filhos doentes em cadeiras de rodas, e seus pais achavam que éramos super-heróis e que conseguiríamos curá-las pousando as mãos sobre elas.”

 “Certa vez, Ace e eu estávamos em quartos contíguos e queríamos um jeito de atravessar um para o quarto do outro sem usarmos o corredor do hotel. Assim, pegamos uma marreta, quebramos a parede e criamos nossa própria porta de ligação.”

“Em dado momento, fiquei tão louco na turnê que achei que era um boina-verde e que as pessoas estavam me perseguindo; comecei a carregar uma espingarda de cano serrado. Estávamos no hotel e eu atirava em todo tipo de coisas do quarto.”

 “Sentia-me como uma epifania. Todas aquelas vezes em qe não joguei bola com os garotos, todas aquelas horas praticando na bateria tinham finalmente compensado. Com uma pequena mansão e um Mercedes, os dois adquiridos no mesmo dia, tinha mais do que sonhara alguma vez.”

 “Entre 1977 e 1979, tivemos um ganho bruto de mais de 100 milhões de dólares só com venda de produtos.”

 

Peter voltou à banda em 1996, mas como músico contratado; recebendo 10 mil dólares por mês, até sua nova saída, em 2004. Sempre que se metiam nas discussões, ouviam (Ele e Ace): “Vocês não estão na banda. Vocês são Ace e Peter. Nós somos o Kiss. Nós tomamos as decisões, vocês só tocam na banda.”

Mesmo já velhinhos, a loucura continuava: “ Certa noite, estava tocando, e apontei minhas baquetas para algumas garotas e, quase com opor mágica, uma por uma, elas levantaram as blusas e mostraram os seios. Assim, comecei a usar aquilo como uma varinha do tipo Harru Potter.” Tiraram-no alegando que estava muito velho,conta.

Em 1983, o Kiss estava devendo muito dinheiro à gravadora.

Enquanto esteve em sua carreira solo, Gene e Paul enviavam espiões para seus shows.

Conta como defendeu o empresário Bill quanto a banda quis expulsá-lo. Depois, se entiu abandonado por esse mesmo empresário quando a banda se voltou contra ele, e o empresário a quem ele ajudou não quis defende-lo.

Passa o livro detonando Paul Stanley e Gene Simmons – mas o leitor atento percebe que ele não é santo, pois também conta vários casos de loucura que praticou sob efeitos de drogas. Assume que reclamava de tudo. “Paul é muito mais maquiavélico que Gene. Gene era grosseiro e brutal, mas tinha uma ingenuidade de verdade. No entanto, Paul podia cortar sua garganta e, antes mesmo de você perceber que estava sangrando”.

É lógico que a melhor parte do livro é a que se refere ao Kiss. Sua carreira solo foi uma série de insucessos e boicotes que, conta, sofria por parte dos seus dois ex-companheiros de banda.

Author: Marco Evangelista

1 thought on “[resenha] Livro “Makeup to breakup – Minha vida dentro e fora do Kiss” (Peter Criss)

  1. O livro é muito bom. Uma narrativa que prende o leitor. Li o livro em uma semana.
    Amo o Peter, mas ele se mostra mais drogado do que o Gene e Paul sempre falaram. Heroina, maconha, cocaina, anti-depressivos, todo tipo de bebida…. quase todos os parágrafos do livro acabam em… “foi dar uma cheirada…..”
    Todas da equipe e produção eram drogados. Só escapava o Gene e o Paul (que depois de ler o livro fiquei mais fã do que já era).

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