Esse livro de Peter Doggett é obrigatório para qualquer beatlemaníaco, mas será chato para os não aficionados à banda. O Autor desce a fundo nos fatos embora, como em qualquer livro biográfico, tenha o viés de empatia ou antipatia por esse ou aquele personagem retratado. Não é a história dos Beatles, mas o que aconteceu depois do fim “oficial” da banda em 1970.
Algumas coisas que posso assinalar sobre a obra é que:
– O livro inicia com a morte de John e todos os momentos que se seguiram à mesma, com descrição da ciência e reação de cada um dos Beatles; com um realismo que parece nos colocar na cena; (O livro já começou me pegando pelo pescoço, pois retrata os momentos que eu, com seis anos de idade, lembro bem de assistir pela TV o estardalhaço que foi à época);
– Uma informação que eu realmente não sabia: logo depois do fim dos Beatles, o integrante melhor sucedido comercialmente foi… George Harrison! Seu All Thins Mist Pass e Concert for Bangla Desh foram de venda astronômicas, deixando atônitos todos os outros ex-companheiros, já que ofuscavam Harrison o tempo todo;
– O Beatle que ficou amigo de todo mundo era Ringo. Todos gostavam dele e ele gostava de todos, tanto que os teve em seu disco solo, em músicas separadas; mas foi, também o pior sucedido comercialmente, uma pena.
– Linda não ia com a cara de Yoko, aliás,o único que tratou Yoko bem era Mal Evans, o Roadie faz-tudo dos Beatles; (que teve uma morte estúpida; um dia escrevo sobre)
– John era o mais genial, mas era o mais perdido, problemático e preguiçoso dos Beatles; interessante que durante a separação deles, em 1974, Yoko contratou uma mulher de confiança sua para ser a amante do John durante a separação, pode?
– Paul ingressou a ação judicial para dissolver a empresa e a banda; os réus foram, cada um dos Beatles, a Apple e Allen Klein. Isso fez com que os rendimentos da (ex) banda ficassem bloqueados até 1974, e o processo só terminou em 1977! – bem, isso ignifica que foi em 1977 e não em 1970 o fim oficial da banda (uau! descobri que nasci contemporâneo à lenda ainda, já que sou de 74!);
– Allen Klein (empresário da turbulenta fase final dos Beatles) é detonado o livro todo, mas salvou a Apple Corp de um colapso; assim, ao leitor Klein sai como santo não como demônio;
– John era perturbado emocionalmente, e tinha uma tara inexplicável pela própria mãe, que o abandonou ainda criança, segundo o autor;
– Era John e George que não quiseram a volta dos Beatles, embora publicamente parecia que era o Paul, este, aliás, tentou vários contatos com John para voltarem a compor, mas era interceptado e impedido por Yoko;
Depois posto resenhas de outros livros.
Sobre o fim dos Beatles já postei dois artigos aqui no blog: