Sou rabugento mesmo.
Odeio escutar “Eu te admiro”, “Gostamos de você” quando vem de quem nunca leu qualquer obra minha, sabendo que sou escritor.
É um problema, eu sei, mas qualquer artista é assim.
Significa que, como qualquer escritor, qualquer elogio (aí incluindo o “eu te admiro” que escuto habitualmente) vindo de quem nunca leu algum livro meu nunca é bem entendido, aliás, nem sequer considerado.
Infelizmente, por convenções de boa convivência eu não posso dizer “Arghhh… engula seu elogio a mim, prefiro à minha obra!” – Não me culpe, qualquer um que escreva pensa assim, apenas não manifestam.
A parte boa é que qualquer “Eu gostei do seu livro _____________ !” me ganha rapidinho, consegue tirar de mim sorriso imediato; lembrarei do que você disse e de você – até porque foi esse o motivo de eu escrever: ser lido e – melhor – haverem gostado do que escrevi.
Pode parecer uma ideia imbecil, mas acho que assim como para criticar se tem que conhecer o alvo da crítica, para elogiar, também.
É provável portanto que – se você sabe que sou escritor mas nunca me leu – aquele meu sorriso ou o “obrigado” dirigido a você, na verdade, foi mera educação, e não agradecimento.
