Há quase três décadas meus primos Marcelo e Fabrício me explicavam o que é punk: “É aqueles rocks pesados distorcidos bem simples, que quando tem solo é só um solinho”. – Eu não conseguiria explicar melhor. É isso mesmo, pronto.
Nasceu em Nova York (Londes só popularizou a onda). Lá pelo meio dos anos 70. Ramones e Lou Reed estão entre os precursores. Mas seria do outro lado do Atlântico (os ingleses, sempre eles!) que ele ganharia a forma como o conhecemos, e ganharia o mundo.
Surgiu como uma reação.
O rock estava ficando muito detalhado, erudito, fresquinho, longo, quase lírico. O espírito de Led Zeppelin, Pink Floyd, Deep Purple dessa época explicam bem. Alguém olhou (escutou) aquilo e disse “Que P é essa? Rock é rock caramba!”
Foi portanto uma reação. E então voltava aos três acordes, ao início de tudo… mas agora rápido, agitado, com som distorcido e vocal pesado.
A harmonia do Punk é simples, direta, diretíssima até. Muita atitude e pouco feeling (“Punk” nem sequer sabe o que é feeling).
É importante não confundir a música punk com o visual punk. Embora façam parte do mesmo movimento da mesma época, não são a mesma coisa. O visual punk, com aquele cabelo moicano ou careca é o típico punk londrino, esse visual, por incrível que pareça, foi fabricado e a moda “pegou”, foi criado pela esposa do empresário e produtor artísico Malcon McLaren. Nos Estados Unidos o Punk está mais ligado às jaquetas e calças desbotadas.
No Brasil o Punk entrou por São Paulo, tendo a banda “Inocentes” como precursores aqui. Era um som ligado a pequenas bandas de garagem em guetos de São Paulo, algo que se opunha às grandes bandas do mainstream da época.
Há quem diga que sequer se precisava saber tocar, para tocar punk. Verdade ou mentira, o segundo baixista do Sex Pistos, Syd Vicious, sequer sabia empunhar o baixo mesmo, quando entrou na banda.
Junto à Noiantes, gravamos um punk, “Billy”, de autoria de Eduardo Bianco. Esse é o som:
Lá pelo fim dos anos 70 o punk ficava eletrônico… e surgia a New Wave, que nada mais é do que a versão “Chique” (o que nos Brasil chamaríamos de “universitário”) do Punk.
O Punk se firmou e existe até hoje, continuará existindo. No início dos anos 90 quase vimos o mesmo surgindo, com o nome de “Grunde”, capitaneado pelo Nirvana e outras “Bandas de Seattle”