Quase sete chego perto do posto Atem, Praça 14, à Rádio Batukada (www.radiobatukada.org.br). Eu não a conhecia; aliás, vou agora adentrar à audição de webradios, eu simplesmente não às escutava, nenhuma.
A Wanessa já estava lá à minha espera, logo iniciaria seu programa dominical, o “Banzeiro de Ideias”.
Conheci a Wanessa quando de sua passagem pela Tv Amazonas, na produção. Depois a revi em um de seus eventos, onde fizemos um debate sobre violência contra a mulher. É uma moça idealista, cabeça, com voz mansa e articulada – que argumenta ao invés de brigar.
Fiquei ainda mais à vontade quando vi que duas colegas minhas de labuta no magistério estavam lá, a Simone e Lisiane; ministram aula na mesma faculdade que eu. Ufa! Nada estranho por lá, então.
Fiquei impactado com algo: Achei que, por ser uma webradio, encontraria algo bem humilde, caseiro. Uau! Uma estrutura maior do que algumas rádios FM em que já estive! Sei lá quem é o empreendedor, mas parabéns pra ele!
Só lá soube que Nicolas Jr. se faria presente. Gosto do som dele desde que comprei o CD “Divina Comédia”, que ele gravou com Joaquim Marinho (O Joaquim é um dos que sempre admiro há décadas, até escrevi esse post aqui, onde ele é um dos citados).
Aquele programa deveria ser filmado: A Wanessa gesticula com absoluta sincronicidade enquanto fala, é uma pena não haver webcam lá ainda, iam gostar de ver – no microfone, a voz baixa contrasta com a eloquência. Minhas duas colegas professoras, co-locutoras (existe essa palavra?) do programa intervinham com tiradas cirúrgicas.
Diagnóstico: O programa é CABEÇA; como eu não imaginei que existisse. Foulcault, Mário de Andrade, Freud, por aí… Ser uma programa de webradio tem uma vantagem: Já que exige um comportamento ativo do ouvinte em buscar o programa (não apenas girando ou apertando UM botão), a audiência já é cativa e qualificada – dispensa o Banzeiro, portanto, qualquer artifício para seduzir ouvinte para mantê-lo lá, o que favoreceu a espontaneidade que presenciei.
Fiquei em êxtase ao ver a sinopse da contracapa do meu livro “Nivi” ser lido no ar; aliás, foi o primeiro programa de rádio onde tratei sobre ele. Foi como naquele julho de 1993 quando escutei a música da minha banda Alta Ralé tocando no rádio. Se ver/ouvir através de outro é diferente, mágico – ainda que eu nem tivesse dito algo, só o fato de ver o “Nivi”, minha obra maior, ser mencionado como foi ali já valeria dez vezes minha visita ao programa!
Fiquei lá conversando com Nicolas – ficou sentado ao meu lado; aliás, ele me disse que não gosta de ouvir músicas! Um paradoxo.
Cumprimentei o Nicolas, disse que era seu fã; para minha surpresa ele disse gostar do meu trabalho na TV. Não deu outra: Combinamos de algum dia escrevermos uma música juntos. Vou gostar muito, aguardem!
Já tenho algo pra escutar nos domingos, entre 19 e 21 horas. Vida longa ao “Banzeiro de Ideias”.