Alguns alunos tem um fetiche estranho: depois que entregam a prova, ficam em grupo grudados do lado de fora da porta comentando a prova e comparando as respostas – eu os chamo de “Porteiros Pós-Prova”; minha experiência em ter tais grupos nas portas das salas onde aplico prova mostra que são sempre entre três e nove integrantes.
Lhe darei seis motivos pelos quais tal comportamento não compensa:
1 – Se suas respostas estiverem iguais às dos outros porteiros pós-prova, não necessariamente é boa notícia: você pode simplesmente estar bem acompanhado com o mesmo erro de todos; – Detalhe: sempre terá algum mais chato que irá querer auditar suas respostas (se você não o identificar, é porque esse chato estará sendo você)
2 – Se sua resposta estiver diferente da dos seus co-porteiros pós-prova, você vai ficar nervoso e, pior, não vai saber se foi o único que acertou ou se foi o único que errou! – E teria sido melhor ir para casa sem essa maldita dúvida, que seguirá com você até a correção da prova (ou até você revirar um monte de papéis pra checar o tilt). Ah, aqui terá um chato também: aquele que ainda vai discutir com você para provar que a respostas dele é a correta, e quem errou foi você;
3 – Você pode ter ataque de raiva quando souber que algum colega seu copiou suas respostas;
4 – Ficará igualmente atazanado quando aquele seu colega começar a criticar cada uma das SUAS respostas para você… mesmo sem você sequer ter dito o que respondeu! (e você descobrirá que até sua respiração estava sendo monitorada por ele);
5 – Os colegas de dentro da sala podem escutar (aliás, enche o saco aquele barulho), e alguns, acredite: estão com o ouvido aguçadíssimo, em fervorosa oração para que algum anjo lhe transmita a resposta, mas pode ser um colega de pouca fé; alguém lá de fora dirá uma resposta ERRADA e…
6 – No mais, pense: Já entregou a prova mesmo, o que está escrito está escrito, o que você estudou já está no papel! – Qual tipo de oração vai mudar a tinta da Bic lá na celulose?
Então, faça um favor a você, aos seus colegas de sala, e ao seu professor: entregou a prova, saiu da sala… vá para longe, BEM LONGE! (Eu ia escrever “Saiu, vaza!” mas podia ficar grosseiro).