Eu estava muito feliz. Depois de quase 15 anos estava voltando a tocar com uma banda. Show! Lá estava eu e minha recém-comprada pedaleira Zoom G5, com a guitarra RedSampa, a caixa Marshall que eu tento gabava resolveu não funcionar e tive que usar uma Yamaha pequenininha, a mesma que uso para treinar escalas.
Meu medo era ser um músico sub-medíocre e tocar com caras bons pra caramba.
Bem, pra minha “sorte”, o Bruno, nosso baixista, estava ou acanhado ou enferrujado – ou inseguro quanto às notas da música – e foi tão mediano quanto eu no ensaio.
Eu deixei a guitarra bem baixinha, pra não sobressair os erros, ainda mais nos solos. O Bruno achava que o baixo estava com volume alto e abaixava também.
Resultado: do meio pro fim do ensaio só se ouvia bateria e vocal.
Era tudo bem tenso porque precisávamos quebrar o gelo, nos entrosar e ainda pegarmos músicas que só eu conhecia, eles não, e mesmo assim eu não às toco há anos. Qualquer coisa que saísse dali seria lucro.
Com nossas primeiras cinco músicas pegas – longe de estarem bem ensaiadas ou produzidas – gravamos o som, digo, o barulho, até que ficou legalzinho, para uma banda que toca pela primeira vez alguma música.
Era uma da manhã quando terminamos (começamos dez e pouco da noite). todos cansados e com fome, mas um risinho denunciava que gostamos do que havíamos começado.
Logo logo teremos o segundo ensaio.
Se continuar assim, ótimo.