Eu já me referi sobre os enviados do além que insistem em jogar o gravador em cima da minha mesa na sala de aula.
Parece que aos poucos esses seres estão sumindo – antes tarde do que nunca.
Mas existe um prejuízo maior, e não é para mim.
Como em toda a profissão existem três setores de conhecimento. Aqueles que não nos importamos em ensinar, aqueles que não vamos ensinar para ninguém, quem quiser que viva a profissão e aprenda.
E um terceiro grupo: o que até explicamos, com algum motivo. Seja por ser bem pagos ou por qualquer outro motivo altruista. É esse grupo de conhecimento, o terceiro, que as turmas deixam de ter por causa dos quatro ou cinco gravadores acionados na aula.
Trata-se de informações sensíveis, técnicas descobertas na prática, que não estão em livros algum – que até poderiam ser explicadas, mas não são – e jamais serão – porque não queremos que fique gravada, queríamos poder inocular diretamente no cérebro dos alunos sem passar pelas verbalizações.
Certa vez, lá por 2013, fui falar isso em uma sala; ouvi logo: “Pronto professor, decidimos que ninguém mais aqui vai gravar a aula” – Nem meio minuto depois eu via coisas estranhas em bolsos, bolsas, cadernos e vade-mecuns, coisas assim parecendo uns gravadores escondidos (deve ter sido impressão…) – o fato é que fiquei vacinado.
Resumindo, já que a aula está sendo gravada, será entregue aquilo que está sendo comprado: a informação da ementa, o conteúdo do programa. Só – o “pulo do gato” não vai de brinde.
Então, amigo, qualquer colega seu que grave a aula de algum professor, está diretamente diminuindo o espectro de informações que você está tendo caso aqueles gravadores não tivessem ali. Por isso que digo que todo iniciante em alguma profissão precisa de um mentor, muitas coisas não lhes foram ou serão ensinadas em sala, já não eram – com os gravadores então…