O filme é psicodélico, parece o clima do “Magical Mystery Tour” dos Beatles.
Parece filme brasileiro dos anos 70 e 80, com aqueles vícios de cinema nacional: achar que o público gosta de assistir só porque tem alguma cena de teatro que fique bem no cinema.
Os da minha idade sabem que existe um disco com o nome “O grande Circo Místico”, com grandes nomes da MPB interpretando, eu sabia que nesse filme tinha a música da bailarina, de Chico Buarque e Edu logo, e fiquei esperando…
E, sim, esse foi o ponto alto do filme, na minha opinião: A Música da Bailarina! A própria! Por mim, valeu pelo filme!
É um típico filme de arte: para ser contemplado e não para ser entendido (mas, se puder ser entendido, melhor). Assim, melhor ir com o espírito de contemplação, aberto.
Gostei porque fui curioso, pra “ver qual é”. Se eu tivesse ido com o clima “standard” de buscar filme no esquema hollywoodiano “apresentação/conflito/tensão/resolução”, teria me frustrado.
O clima do filme começa alegrinho, depois fica erótico depois dica mórbido, se torna violento, e termina melancólico.
Vi quatro referência à década de 70/80: A música de Edu Lobo e Chico Buarque, o disco homônimo, o estilo de filme nacional daquela época e o nome do Cineasta: Carlos Diegues ou, como chamamos, Cacá Dieges, que nos leva àquela época também.
É algo distópico, fora do que se vê atualmente nos filmes nacionais. Se eu visse esse filme mais novo, eu não teria gostado, mas agora, vendo com 40 e poucos anos, gostei, acho que envelheci mesmo.