Ministrei aula no curso preparatório para corretores, era responsável pelo módulo de Direito. As salas estavam sempre lotadas de aspirantes.

Desde lá, pelo que eu conversava nos intervalos, eu sabia que existia dois tipos de corretores.

Alguns estavam treinando para ajudar a realizar sonhos. Procurar oportunidades de melhor negócio para quem lhes contratasse.

Outros, eram meros vendedores de imóveis, aliás, nem isso, de lançamento, vendiam  maquetes; bem podiam ser balconistas de botânicas, por só vender plantas.

Bem, devo dizer que não considero corretor os que se dão ao trabalho de ter “carteirinha do CRECI” somente para vender lançamentos. É que são, na verdade, vendedores, e não mediadores. Eu costumava dizer que “vender lançamento, não precisa saber nada que eu ou outros professores ensinavam ali”.

Tudo fica muito pior quando vemos o seguinte: A imobiliária impõe um “corretor” para algum prospecto; se esse prospecto virar comprador e logo no início do contrato, desistir, o que receber de volta vem descontado do honorário do corretor.

Ué, como assim? Se ele nem escolheu o “corretor” e, pior, tal “corretor” foi contratado pela imobiliária, para lhe “empurrar” o imóvel… e ele, o comprador é que ainda vai arcar com os honorários desse balconista, digo, “corretor”? – Sempre achei isso estranho…

Corretor de imóveis, para mim, é o que zela pelos interesses de quem lhe contratou. Só dele. É alguém de confiança a quem deve encontrar a melhor oportunidade possível, e jamais, Jamais atuar no interesse contrário.

Assim, desconfie de qualquer corretor imposto – ou sequer indicado – pela construtora ou incorporadora: é alguém que procurará o máximo de vantagem para estes entes que o indicaram, e não para você.

Achava um crime quando via, em algum feirão de imóveis, aquelas pessoas que atendiam e lhe “apresentavam” um corretor que estava “na vez” para atender. Ué, virou loja de shopping mesmo?

Parabéns, hoje, aos Verdadeiros Corretores de Imóveis. São profissionais cada vez mais úteis, e raros.