Sim é.
Não é por ser um novel-entusiasta de motos que omitirei isso de qualquer pessoa: definitivamente, moto é perigoso.
Carro, barco, ou andar a pé também é perigoso mas, admito, moto é mais.
Isso significa que não estimulo ou recomendo moto pra ninguém; ser motociclista é algo que deve brotar do próprio interessado, é um perfil, um estado de direcionamento; um comprometimento com o próprio risco.
Quando estava iniciando o treinamento para saltar de paraquedas, em 1996, a primeira coisa que me instrutor Aldévio disse foi: O risco de pane é real! É como um preço, quanto maio a emoção…
Moto cai, cai sozinha inclusive. No meu treinamento de moto tombei sete vezes em quinze horas – nenhuma queda grave e uma delas, vergonhosamente, com a moto parada!). Carros não respeitam motos e o parachoque da moto, você sabe como funciona. Isso resulta que motocar é estar alerta a cada segundo, desconfiando e em estado defensivo a cada centímetro rodado.
Eu me preocuparia se meu filho fosse motoqueiro, mas ficaria mais tranquilo se ele fosse motoqueiro porque ele mesmo assim o decidiu.
Pense nisso quando for viajar de avião: moto, se der um problema no motor, você ainda pode pará-la, baixar o descanso e sair pra saber o que houve; no avião, nem isso (e se uma moto cai, o chão está logo ali).
Ah, e se nesse momento você está vivo, você já tem o único requisito para morrer a qualquer momento.