Tratemos sobre essa diferença…
Alunos de faculdade se sentem mais presos ao curso do que o de cursinho, talvez porque a conclusão da faculdade esteja em um horizonte mais distante, dando a opção de trocarem de instituição no meio do caminho, o que não ocorre em cursinhos preparatórios.
É muito raro um aluno de faculdade reclamar por não gostar de algum professor logo de cara; mas, em cursinho a coisa é bem rápida, não acaso não gostem de algum professor, sai na hora e pede o dinheiro de volta. Daí se dizer que existe um “perfil de professor” para faculdade e para cursinho.
Como os professores de cursinho são muito vendáveis por seus próprios nomes, sendo às vezes vitrinas do próprio cursinho a existência desse ou daquele professor, eles tem bem mais compromissos com a excelência das aulas, já que o próprio nomes deles está em jogo; e, sim, além de conteúdo, precisa dominar todo o palco e conseguir prender a atenção da plateia, usando o próprio jogo de cena como mecanismo para que aquele conteúdo fique afixado na mente da audiência.
Cursinho os alunos estão bem mais aptos a aprenderem de imediato, e verdade, porque já se matriculam com um objetivo claro e de curto prazo mas, como já possuem alguma noção da matéria (quando não sabem mais que o professor!) , qualquer titubeio, fraquejo ou insegurança no que está sendo explicado não terá perdão, se não na hora, nos grupos de comunicação da sala.
E o método? Ah, o método.
Usar voz, movimento, expressão, entonação e cena, ocupando todo o palco, na prática, um artista com script de professor.
Já vi algumas vezes coordenadores de faculdade, me pedirem para atuar com professor de cursinho, mas nunca algum chefe de cursinho me pediu para atuar com professor de faculdade, isso já deixa claro qual é a melhor das atuações.
Se é verdade que realmente nem todo professor de faculdade teria aptidão para ministrar meia hora de aula em cursinho, o contrário também pode ser verdadeiro, pois professor de cursinho ODEIA papel e burocracia.