
Era primeira metade dos anos 90. O CD se consolidava como mídia-padrão de mercado. As fitas-K7 já davam sinais que estavam sumindo, ao menos as pré-gravadas, de obras. Continuavam absolutamente firmes para gravação doméstica. Mas tal firmeza pretensamente deixaria de ser absoluta.
É que surgia nas revistas de áudio um novo formato de mídia: o Mini-Disc, ou “MD”.
Já surgia com DNA forte, já que era da Sony, não deixava muita dúvida de que dominaria o mercado, pois trazia grandes funcionalidades:
– A portabilidade das fitas-K7s, se podia levar até mais de um no bolso sem fazer volume;
– Tinha som de CD, até a duração era igual; e…
– Era gravável, isso mesmo: Gravável!
Agora cada um de nós podia ter um “CD-Gravável” (aliás, o MD era regravável, várias e várias vezes) em casa em precisar de um computador-PC (naquela época os notebooks além de extremamente caríssimos sequer gravavam CDs). A solução para os audiófilos como eu, ou para profissionais de imprensa e de gravação fonográfica, já que o padrão de mídia interna fonográfica naquela época ainda era o DAT, fitinha digital de uso bem restrito (e a fita digital pretensamente doméstica, criada pela Phillips, não decolara).
A Sony introduziu o MD no mercado decidida a fazer a coisa “pegar” logo, basta dizer que existia para venda um “Kit MD” onde, em uma caixa de quase um metro de cumprimento tinha o console de MD de mesa, um tocador portátil de MD (um “MD-man”), com capinha e tudo, e dois disquinhos – tudo para o usuário integrar-se logo no mundo do disquinho. Vim um lance desse na Bemol e comprei um, acho que todo audiófilo da época, se não comprou, quis ter comprado.
Comprei logo um monte de disquinhos (em toda loja de importado tinha), gravei logo uma seleções, especialmente de LPs – foi a primeira vez que eu podia definitivamente aposentar os bolachões de vinil por algo realmente portátil e com som “perfeito”. depois, passei a levar o console de mesa – que gravava os disquinhos também – para uns shows de uma banda que eu tinha na época, a “Nuvem 9”, para gravar os shows, cheguei a gravar uns dois – som ficava realmente bom. Gravei também umas faixas com minha banda-solo que tive logo depois, a “ME-Band”, e pude ver gravado para a posteridade algumas composições minhas da época.
A limpeza de som do CD, sem a parafernália da embalagem dele, a ultra portabilidade; e mais: quando gravávamos as faixas dos disquinhos, podíamos escrever digitalmente na faixa o título de cada uma, e quando o MD tocava, aparecia na tela os dados inseridos – e isso, amigo, nem CD tinha! Só veríamos essa funcionalidade no então futuro, com o ainda não-difundido MP3. Some-se a isso o fato de o MD ser, na verdade, um “Mini CD” com um invólucro, ou seja, sequer o problema de sujá-lo com umidade dos dedos havia. Engenhoso!
Se havia alguma desvantagem no formato, é que acho 74 minutos pouco, bem podia ser de umas duas horas.
Dia desses encontrei o tocador portátil, coloquei as duas pilhas e, surpresa: funcionou: aproveitei para reescutar algumas coisas minha depois de tantos anos.
Apesar de tantas qualidades e funcionalidades, tudo isso sumiu tão rápido quanto surgiu: lá por 1998 o MD já era passado, sequer mais os disquinhos pra vender se encontrava mais, ao menos aqui em Manaus (que, teoricamente, ainda é Zona Franca!). Quanto ao tocador portátil, uma grande desvantagem é que as duas pilhas AA que ele exigia secavam muito rápido, mesmo sendo alcalinas, não duravam um dia sequer, na prática, usávamos o tocador portátil como um segundo tocador de mesa, para outro cômodo da casa, já que vinha com cabo RCA conectável.
Sinceramente, não entendi o sumiço. Acho que até que a própria Sony se desinteressou pela criação, só pode, pois, mormente em uma época pré-MP3, o MD resolvia vários problemas. Pena.
rapaz boa noite, nao entendo o sumiço do MD tbm, comprei hoje um sony je520, adorei comprei logo 62 mds lacrados haha adorei, sou amante do som vintage, possuo a linha 5000 polyvox e amo Tape Deck, acho que por isso amo MD , adorei a materia um abraçao.
Olá Marco…O Motivo do “sumiço” do aparelho de MD foi um só: Os aparelhos só tinham uma “vida útil” de 5.000 horas, após começam a pular a faixa, ficarem piscando no led de leitura e não ler o disco, até o ponto que vc inseria o disquinho, e o aparelho apagava…Centenas de rádios se lascaram com isso…
Olá. Uma dúvida: todo Mini Disc é regravável?
Ao menos o que eu tive (que foi o primeiro modelo), não. Só permitia uma gravação.