Seis constatações sobre Manaus em seis de dezembro de 2012:
VIOLÊNCIA – A cidade está refém dos bandidos. A parte boa da polícia faz o que pode, mas para cada ato bem sucedida dos mocinhos, existem uns vinte com mais sucessos do lado de lá. O clima é de medo interpessoal, assim: todo mundo tem medo de todo mundo. Despeça-se bem de seus entes queridos quando vier a Manaus. É triste, mas é isso mesmo.
FLANELINHAS – Já que não existe administração municipal, vamos lotear as ruas e cobrar o uso das mesmas, certo? Sempre penso que alguém do município leva muita água na mão para deixar as ruas terem donos. Ou é dolo ou é descaso, não tem terceira opção! (No meu livro de ficção, Nivi, um motorista reage ilegalmente, mas de forma eficaz). Vamos lá, se você é a favor dos flanelinhas, contrate-os como vigilantes privativos de seu carro, só do seu.
TRANSPORTE – Já até mudaram o nome para “mobilidade urbana” para ver se fica menos feio; não adiantou. Quem utiliza transporte público nunca é por opção, aqueles containers sobre rodas (apelidaram de ônibus) que rondam Manaus lembram um pouco aqueles trens que levavam judeus para Auschwitz, Dachau e Sobibor; com a ressalva que aqui ainda cobram para maltratar os ocupantes. Acha que eu estou exagerando? Teste.
TRÂNSITO – Mais parecido com um estacionamento que se move a quinhentos metros por hora (de pouquinho em pouquinho), aqui se vê o dia passando enquanto você habita seu carro (se você tiver sorte, senão ainda terá o tópico anterior, para piorar). As administrações dormiram tanto na direção e os técnicos atuais são tão atécnicos que só vigora o Código de Transito se houver algum agente (caça-multa) por perto; se não, vale a lei da selva (sem trocadilho) mesmo.
CAMELÔS – Eu cheguei a andar nas ruas do centro ainda vendo calçadas, acredite! Entregaram o bem público aos vendedores ambulantes, e heroico é o transeunte que se aventura naquelas calçadas; bem, ao menos já é um treino para andar em corredor polonês. Sei sei… lá vem você reclamar que isso é resultado de desajuste social e etc. Contrate-os todos para uma área privativa só sua, assim você resolve o problema de nós três.
DESORDEM – Ninguém manda em Manaus, é uma cidade acéfala. E isso faz com que todos acabem mandando. Qualquer um faz o que quer, não existe Município para controlar; pode tudo e, afinal, dane-se o bando de otários, digo, cidadãos de Manaus que, para felicidade dos Poderes, são bem domesticados e não reclamam de nada.
Que as futuras administrações consigam mudar algo.