Limite da profissão. E agora?

Sou professor full-time: nos três turnos de segunda a sábado.

No que toca a ganhar por hora-aula atingi o limite possível. Ainda não inventaram faculdade com hora-aula após às 22 horas nem antes das 8. Não existe qualquer participação de professores em lucros, o que torna o horizonte de ganho inelástico.

Se eu quiser aumentar o meu ganho como professor, só resta tentar aumentar o valor ganho por cada hora; e para isso teria que aumentar a titulação, com doutorado. Mas para concluir meu doutorado teria que abrir mão de algum trabalho em alguma faculdade.

Ou seja: entrei em uma roda-viva.

Lembro quando saí da advocacia em 2005: foi uma decisão difícil pois eu não estava mais progredindo na profissão, começara a patinar, mas era viciado no que fazia como agora.

Quando adentrei ao magistério, em 2004, me disseram que essa profissão não enriquece ninguém – realmente eu não conheço ninguém que tenha enriquecido sendo professor universitário – mas como a cada ano eu estava conseguindo mais e mais horas-aulas, com convites de todo lado, via os ganhos crescendo, ao ponto de duvidar que essa profissão não fosse um ótimo futuro; mas, quando o limite é a quantidade de horas por dia, não há o que fazer; não há para onde crescer no ofício.

Pode ser que, a qualquer momento surja uma nova atividade; e eu me empolgue, e largue o magistério; talvez até espere que isso aconteça, ou corro o risco de chegar aos 60 anos exatamente onde e como estou; e já adentrei aos 40 idade onde não se tem tanto direito de errar.

Dez anos ministrando aula… para onde ir, agora?

odidr

 

Author: Marco Evangelista

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