“Let it Be / Get Back” – Um projeto que se recusa a morrer

Acabei de assistir ao documentário que, até ano retrasado, seria um filme, o “Get Back”. Deu novo olhar às imagens sombrias que até então tínhamos sobre aquele conturbado disco “Let it Be”.
O fato de ter tido duas mixagens de Glyn Johns recusada e ter tido a versão final reprovada por Paul McCartney já avisava que aquilo ali viraria um zumbi.


O filme “Let it Be” de 1970 é absolutamente estranho, não fazendo qualquer sentido para quem desconhece a banda e deixando os aficionados perdidos, parece uma série de cortes aleatórios, esperamos muito uma versão remasterizada, mormente que a partir dos anos 90 voltaram a ocorrer lançamentos inéditos dos Beatles, pela Apple Corp., mas tal versão nunca veio.
O lançamento do “Let it Be… Naked” em 2003 nos mostrava que aquilo tinha ficado mal resolvido, pela metade, e desde lá já sinalizava que algo mais disso podia vir.
Sabíamos que, na esteira dos últimos discos, ao menos um “Let it Be” remasterizado viria, mas fomos surpreendidos com algo bem maior, até com um documentário que abrange as imagens do filme “Let it Be”, sem, no entanto sê-lo.
Se quis mostrar que a atmosfera daquela época nem era tão para baixo quanto parecia; mas, se formos à época, era exatamente o que apareceu, tanto que, pouco depois, Paul processaria os colegas e o empresário (naquele dezembro de 1970), então, as imagens escuras do filme “Let it be” são absolutamente coerentes com o clima dos fatos de então. Acho até que algumas coisas não foram explicadas por consideração à Yoko e, quando ela for encontrar John, histórias ainda não ditas surgirão.
Ouso dizer que ainda tem mais para vir do projeto “Get Back”: O filme de 1970 remasterizado, disco de sobras e outras versões não lançadas nessa versão comemorativa, um documentário sobre o processo de restauro do material antigo, filme ou documentário sobre o próprio histórico do projeto, envolto em reviravoltas e, claro, futuro lançamento do “Let it Be” em alguma futura tecnologia de áudio que virá a existir.
Um dia esse “Get Back” poderá descansar em paz.

Author: Marco Evangelista

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