Lá pelo fim da década de 2000, deve ter sido em 2009, fui designado para fazer umas revisões para uma turma de formandos. Ministrei umas aulas e nada sabiam sobre o que eu lhes perguntava – nada!
Estavam no décimo período, e desconheciam coisas óbvias das disciplinas. Até hoje não sei como eles chegaram lá.
Ao final da aula, tive a certeza de que eles tinham sete características:
1 – Eles eram ricos, já que a mensalidade é por volta de mil reais. Gastando tanto assim para aprender pouco, é para quem pode;
2 – Eles eram desocupados, pois desperdiçaram cinco anos indo, quase dez meses por ano, quatro horas por noite, para um lugar escutar alguém falando;
3 – Eles eram gênios, já que estavam certos de que “conseguiriam” aprender as 3600 horas de faculdade em menos de dois meses, para o Exame de Ordem (que, dizem, fariam);
4 – Eram alegres e positivos, pois sempre caiam na rizada quando eu perguntava algo que deveriam saber e não sabiam – saber rir da própria desgraça é uma grande qualidade;
5 – Eles eram visionários, pois sabiam que, mesmo se não aprenderem para o próximo Exame, aprenderiam depois, se não, aprenderiam depois, se não, depois… afinal, a expectativa de vida já está pela casa dos 76 anos;
6 – Eles eram otimistas já que, em algum momento, como que por mágica todo conhecimento que lhes foi transmitido em cinco anos estariam em suas lembranças; Shazam!
7 – Ah, eles tinham uma característica ruim: não liam mais livros (eu acho!).