Flanelinhas – Um desajuste tolerado

Eu sei, o problema é complexo; então escreverei da minha ótica, e você escreve da sua. Eu pago, você também, então já temos algo em comum: somos sujeitos de contratos celebrados sob coação. Legal, né?

Os flanelinhas (“Guardadores de automóveis”, para os defensores da distorção) são uma escória, uma atividade incômoda crescente que se mantém intocada.

Não me venham com o lançe de “É um problema social” e tals… sim, é: um problema PARA a sociedade, realmente.

Uma prefeito após o outro se acovardam para instituir estacionamento pago nas vias, com medo dos flanelinhas, há três gestões que dizem que tratarão do assunto nada. Já me pergunto se não há uma rede de propinas sustentando tal inércia. São bem organizados, até portando maquininhas de cartão de crédito e débito já existem, a rua é metro a metro titulada por cada um.

Nos anos 80 “já houve o ESTAR“. Bem, já que temos que pagar, que seja ao Estado. Extorsão por extorsão, fiquemos com a oficial.

Falta de oportunidade? O próprio CETAM possui vários cursos de qualificação gratuitos, o SINE está com déficit de ocupantes para várias funções, por falta de qualificação – disse isso a um simpatizante dos flanelinhas e a resposta vaio: “Mas nenhuam dessas atividades sequer se equipara aos ganhos que eles tem”. Ah, então, já se motiva umas duas centenas de crimes com proveito econômico.

Em último caso, que o Município os remunere para outra atividade. Não deram casa de graça a várias pessoas (leia-se ‘Prosamim’) com o nosso dinheiro? Com a diferença de que aqueles moradores limítrofes dos igarapés nos incomodavam infinitamente menos, e representavam igualmente mínimo risco em comparação flanelinhas.

O mesmo se diga do “Mas é o meio de vida deles, é como mantém suas famílias” – Bem, assassinos de aluguel também sustentam suas famílias, que tal você ser o alvejado, para garantir o sustento deles?

E vejo triste que alguns estabelecimentos até já tem o seu flanelinha contratado ou cativo, já fui em umas duas pizzarias com tais anti-serviços aos próprios clientes.

O probelma maior é que é difícil enquadrá-los em algum ilícito, falta lei para a coação moral presumida. Os os argumentos estão prontos, e os contra-argumentos são de prova difícil (quase impossível):

– “Contrata o flanelhinha quem quer” – Sabemos que na teoria é isso mesmo, mas se não houver a “contratação”, sorte terá o titular do veículo se houver só aranhão na lataria. E algum advogado treinado ainda pode ter a cara de dizer que nada mais existe do que um contrato de prestação de serviço, nos termos do Código Civil.

– “É uma atividade lícita, tem até associação” – Nunca li o estatuto de tal instituição, mas certamente não consta lá os fatos, mas sim algum objeto forjado, para fins de registro, tipo “Associação para negociadores com alto poder argumentativo-impositivo” para “Associação de Assaltantes”;

– São apenas um reflexo da sociedade, por isso temos que suportá-los – Bem, leia a última linha do post.

Você, que é a favor dos flanelhinhas, pare com argumentos bonitos e faça algo que deixe eu e você feliz: contrate-os só para você.

Ah! Como você prefere ser chamado por eles? “Tio”, “Meu Patrão”, “Barão” ou “Abençoado”?

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