Eu estava no Manauara domingo, era umas 20h, quando avistei a Cleany, da Falsa Evidência.
Eu sou fanzaço dela – muito fã, mesmo, tenho o CD da banda em que ela é vocalista, e corro na esteira escutando “Continuo a te ver” e “Complicação”. Demais, demaaaais!
Meu primeiro impulso foi correr para cima dela e dizer que sou fã.
Fiquei olhando-a de longe, vislumbrando o objeto da minha admiração.
Li no livro do J.Silvestre que quando vemos alguém famoso temos a impressão de que essa pessoa é de outro planeta, algo bem longe de nós. Foi assim mesmo que me senti, embora ela estivesse ali a uns seis metros, parecia que ela estava no Olimpo, e eu a avistando aqui de baixo como um simples mortal.
Eu queria que ela soubesse que gosto demais das músicas dela, que quando eu estava pra baixo, o som que ela compôs me recompunha e deixava pra cima – que ela fez, de alguma forma, parte da minha vida em algum momento.
Mas, para que? Afinal, para ela eu sou só um estranho, mais um que chegaria com “Sou eu fã!”, ah, ela já devia estar cheia disso… Então achei melhor não ir. De repente, talvez seja melhor vê-la de longe, como símbolo, sem saber que ela é uma mulher, humana.
Fiquei com medo de, devido ao incômodo, ela ser grossa – e lá iria a imagem da ídola que faço dela.
Não fui.
Tão logo saí da cena, me veio o pensamento: será que agem assim comigo também? Que me olham e querem vir até mim depois não se aproximam com medo de descobrirem que eu sou apenas eu e não o cara o da TV?
A boa notícia é que estão certos: eu não sou o cara bonitão e simpático da TV – embora eu não monte qualquer máscara lá, eu simplesmente não me vejo daquela forma. Sou esse cara feinho, baixinho, gordinho, envelhecido, que anda sozinho com uma bolsa de notebook na costa parecendo perdido, só.
Vixe, só agora percebi que iniciei o post com um tema e terminei com outro. Não faz mal, as duas mensagens foram passadas.
Ah, eu escrevi mas não mostrei; a Cleany é a vocalista dessa banda (encontrei um vídeo no YouTube):