Efeito metapositivo da lei

Algumas leis tem um efeito além do que está escrito.
Eu chamo tal efeito de “metapositivo”.
Dizemos que algo está positivado quando está posto, em texto.
Algumas leis levam a algum afeito além disso, levam uma ideia, um estado de coisas.
A recente MP da Liberdade Econômica dá a todos um aviso de que a nova ordem é de desburocratizar, agilizar, facilitar o empreendimento. Além e fora do que está escrito, os valores emanados do texto, deixam um aviso: interprete as coisas assim.Isso acontece quando uma lei é divulgada, aceita e “gostada” pelos destinatários.
Isso não é novo, em sede constitucional inclusive é muito comum, já que os valores constitucionais falam além d texto(como os princípios implícitos).

O só fato de existir determinada lei, mesmo que não tenha seu conteúdo de conhecimento popular, já gera efeito metapositivo. Imaginemos o CDC – Código de Defesa do Consumidor: só o fato de ele existir já faz empresas “se enquadrarem” e consumidores se sentirem empoderados; outro caso bem claro é o da Lei Maria da Penha, que fez com que agressores em potencial não realizasse seus intentos.

Lembro bem que o mesmo se deu com o Estatuto do Idoso em 2003, mas não podemos dizer o mesmo do Estatuto da Pessoa com Deficiência, em 2015 (embora de grande importância, simplesmente não pegou).

É um componente importante para que uma lei alcance eficácia metapositiva: 1 – Que resolva uma problema que o cidadão tenha em sua vida prática, particular, diária; e 2 – Que o Estado divulgue e esteja apto a fiscalizar o comprimento (nem que seja para gear um caso que seja de punição para servir de exemplo à sociedade).

Então, quando uma lei é incorporada ao comportamento do público, passa a ter a eficácia metapositiva.

Author: Marco Evangelista

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