Era 1992 quando eu li “Feliz Ano Velho”, de Marcelo Rubens Paiva. Ele começou a escrever um diário após o acidente dele. Resolvi que não esperaria algum revés da vida para fazer igual.
Desde ali, era agosto de 1992, comecei a escrever diário e lá se vão vinte e três ano onde escrevo o relato do que houve dia a dia.
Depois, descobri que Napoleão Bonaparte, Juscelino Kubitschek, Getúlio Vargas, Paulo Coelho e Charles DeGoulle também tinham seus diários.
As coisas boas ficam eternizadas; e
As coisas ruins, paradoxalmente, podem finalmente serem retiradas da lembrança, sem medo de serem “esquecidas” – é: você pode esquecê-las na mente sem esquecê-las na história. A utilidade? Ao menos, em tese, não cometer os mesmos erros.
Ao lê-los, tem-se impressões diversas.
– Em algumas passagens, parece que aquilo foi vivido por outra pessoa “ué, fiz isso mesmo?”
– Em outras, lemos tantas besteiras que incorremos que duvidamos em como podemos ter sido tão idiotas – e, pior, alguns erros são recorrentes;
– Em algumas passagens, ficamos felizes em termos tomados essa ou aquela decisão;
– Em algumas passagens, mormente de projetos em seus momentos iniciais, percebemos o entusiasmo que tínhamos em cada começo de empreendimento;
Acabo sempre pensando, quando escrevo o relato do dia: “O que vou pensar daqui a vinte anos quando ler isso aqui?”