Faço um comparativo entre as quatro maiores revistas noticiosas semanais. Primeiro emitirei opinião quando ao aspecto, depois, os dados quantitativos de cada uma, para comparação final de Custo x Benefício. Me refiro às revistas que constam nas bancas nessa semana de primeiro de dezembro de 2015. Exceto a Carta, que trouxe na capa matéria sobre Terrorismo, as outras três se centraram na crise política como front-page.
Veja – É a mais tradicional noticiosa semanal brasileira. Bode expiatório sempre: o que a Veja faz de melhor, nunca é notado, porque já se acha que ela tem que ser a melhor, por ser a mais conhecida, mas o que ela fizer de pior será mais notado do que em nenhuma outra. A informação é fácil, visual agradável e nos dá a sensação de continuidade, já que desde criança nos acostumamos à ela. Fico chateado porque nacada dura vez em quando diminui o número de páginas, em claro aumento disfarçado de preço, como até já mencionei aqui mesmo no EvangeBlog (escrevi pra lá e nunca responderam, sobre). É da Editora Abril.
IstoÉ – Tem a síndrome de “numero dois”, “vice”, “segunda mais papular. Para mim já começou perdendo pelo fato de não ter nas bancas nesta segunda feira (esse post é de terça, justamente porque na segunda todas as revistas estavam aqui nas bancas, menos a IstoÉ). Parece que busca fazer jovens se interessarem por temas políticos e econômicos. Já perdeu alguns pontos comigo porque a distribuição dela aqui em Manaus, nessa semana, atrasou, esse post era para ter ido ao ar antes de ontem, segunda, e adivinha porque só está indo hoje, quarta?… É da Editora Três.
Época – É meio estranha. Parece que pegaram o template de outra revista, como a Somtrês antiga, e jogaram na Época. Me parece que foi só um empreendimento da Editora Globo pra brigar com a Veja e a IstoÉ. O Visual é agradável e mais moderno que a Veja, mas fico com uma impressão de que existe branco demais nas páginas, não sei porque, tipo, que falta texto para preencher as páginas e aí ficam posicionando as imagens e blocos de informação para não deixarem perceber que “faltou informação” para encher tudo. Algo ali não encaixa. Me deixou a impressão, quando foi lançada (é a mais jovem das quatro) que a Globo olhou para o mercado e pensou “temos que ter uma revista nesse estilo também!” e criou a Época só para concorrer no mercado mesmo. Parece uma revista séria escrita por jovens sérios, bem… por aí… É da Editora Globo.
Carta-Capital – É a mais séria, mais politizada, é “chique” ler ou dizer que se lê Carta-Capital, sua formatação me lembra muito a “Visão”, uma revista que eu lia toda semana e era a concorrente direta da Veja nos anos 80 (publicada pela Block Editores, extinta). Tem visual sisudo, seriozão, com menos cores, deixando bem claro que o que importa ali é a informação e não qualquer frufru. Parece uma revista escrita de sério (adulto) para sério (aliás, imagino a redação dessa revista ainda usando máquinas de escrever Olivetti, maluco isso…). Por algum motivo, toda vez que me vem à mente um leitor de Carta Capital, ele parece estar vestido de terno, usar óculos e ser careca; acho que é a impressão passada pela revista. É da Editora Confiança.
Resultados quantitativos:
Preço: A Veja é a mais cara, 14 reais, mas é a cuja página de informação menos vale em dinheiro: dezoito centavos. A Época é a mais barata, e com o maior preço de página de informação: 19 centavos.
Páginas: A mais gordinha é a Veja com 126 páginas, IstoÉ e Carta Capital se igualam como as mais sequinhas, com 90 páginas cada.
Página só com propaganda: Isso é estarrecedor, mas a Veja possui 46 (isso mesmo, quarenta e seis!) páginas SÓ COM PROPAGANDA, é como se comprássemos uma revista de 46 páginas, por R$ 5,11… só com propaganda! Sim, 36% da Veja é publicidade. A que menos possui páginas inteira só com propaganda é a Carta Capital, com 14 páginas, e tendo apenas 15% do seu conteúdo em publicidade de páginas inteira.
Preço/página: Cada página da IstoÉ custa quinze centavos, a mais cara de todas! O valor mais baixo por página é da Veja.
Preço/página de informação: Falando em páginas líquidas, ou seja, páginas de informação, sem propaganda (aquilo pelo que efetivamente pagamos, a mais em conta é a Carta Capital, com 17 centavos por página. A IstoÉ é a que possui a página líquida mais cara, com 22 centavos.
Você pagou por propaganda: A Veja tem R$ 5,11 do preço só em propagandas de página inteira, e a Carta Capital fez bonito, com apenas R$ 2,01 cobrado de nós por propagandas.
Resultado final: A revista que vai direto ao ponto e com melhor valor custoxbenefício é a Carta Capital. A com pior valor CustoxBenefício é a IstoÉ.
A mais legal de ler de todas é a Veja (Época e IstoÉ empatam em segundo lugar), e a menos legal graficamente é a Carta Capital.
Ou seja: Literatura de viagem ou descompromissada é a Veja. Revista séria e embasadora de opinião firme é a Carta Capital.
No fim de tudo, bem… ainda prefiro a Veja.