Domingo, ontem, vi um jornal em cima da mesa. Passei os olhos pelas folhas, e na coluna social passei direto, nem li.
Lembrei que outrora era realmente “top” estar naquela página. Tipo, houve uma época em que era “status” e sinal de orgulho figurar em alguma coluna social. A visibilidade, o glammour, atraia.
Mas esse tempo acabou. por cinco motivos:
1 – Cada vez mais os figurantes e socialites são réus em processos de lavagem de dinheiro e outros crimes de colarinho branco. Passa a ser indicativo de pilantragem figurar em tais colunas, passou a pegar mal.
2 – Virou cafonice com selo de certificação. Cada vez mais a geração millenium privilegia o “ser” ao “ter”, e tem dado menos importância a publicações de “flaches“. Quando foi a última vez em que você lei colunas sociais, e se o fez, o faz com frequência? E se sim, é com a mesma frequência de antes?
3 – Em alguns casos (não todos), isso é apenas um mercado. “Me paga que eu te mostro”, ou seja, não convence mais ninguém, é como comprar seguidores e curtidas em alguma rede social. Compra de admiração por vaidade. Vale o mesmo que o peixe faz.
4 – Passou a ser afronta mostrar riqueza e prestígio em um país onde a pobreza domina, sempre dominou, mas agora de forma mais escancarada. Unido ao que eu escrevi no tópico anterior, é o próprio “vou pagar para ser mostrado” (não necessariamente visto).
5 – Por último, a Coluna Social perdeu a exclusividade. Houve uma época onde a mídia era jornal-revista-televisão e radio. Mas a internet deslocou o eixo, dando a qualquer um se mostrar, sem beijar a mão de nenhum veículo de imprensa. Então, o colunismo como nós conhecíamos, esplendentemente, perdeu o sentido.