O cinema nacional brasileiro, com poucas e honrosas exceções, sobre de “Cinebrasilice”; uma patologia que contém várias (às vezes todas, gabarita) características (são doze):
1 – Cortes secos, que não casam com o storytelling da cena anterior;
2 – Ímpeto em explicar o que acontece, aconteceu ou está para acontecer – não existe a “show, don´t tell”;
3 – Personagens estereotipados, como que duvidando que o público possa captar características. A gostosa precisa ser muito gostosa, o feio, muito feio, o gordo, muito gordo;
4 – Além da mania de estereotipar, os estereótipos são muito marcados, quase colocando uma legenda na primeira aparição: “gordo”, “gay”, “prostituta”, “amante”, “opressor”, “pessoa boa”;
5 – Não sabe o que é humor sutil, ou inteligente;
6 – Adora imagens escuras, sem definição;
7 – Grita ao público para mostrar que bate as cotas e é inclusivo. A tríade “Negro/Gorda/Idoso” raramente está realmente integrada à história, etiquetando que estão ali somente para mostrar que a produtora é inclusiva e acolhedora;
8 – Principalmente nos filmes pós 2020: o “lacre” é a lei!
9 – Uma necessidade irracional de dar alguma lição de moral; confunde storytelling com doutrinação ideológica;
10 – Humor sem humor – confundindo atores cômicos com humoristas e o pior – quem encena não é bom nem como um, nem como outro, mas está lá por algum motivo que não é o artístico;
11 – Som ruim – ou muito baixo, ou muito alto – isso quando os lábios não ficam dessincronizados.
12 – Aspecto geral trash (mesmo quando não cabe sê-lo), sem refino.