Por vezes nos deparamos com nova gravação de alguma música clássica (“clássica” no sentido de conhecida há tempos) realizada pelo próprio artista. Isso se dá ou poruqe achem que podem melhorar a faixa ou para gerar um novo fonograma, com nova propriedade, que possa ser veiculada.
Ocorre que tais regravações, sejam tecnicamente melhores o quanto forem… simplemente não funcionam!
Nos acostumamos, além nível de memória afetiva (foi daquela forma que tomamos contato com aquela música), à sonoridade da gravação original, por mais tosca que pareça.
Algumas vezes a gravação é explicitamente nova (como no caso da regravação de “Quero que vá tudo pro inferno”, de Roberto Carlos, que a regravou nos anos 80) ou com a finalidade descarada de imitar a orópria gravação original (como fez o Scorpios em sua regravação de “Stil loving you”).
Ao escutarmos à versão regravada, ainda que pelo mesmo artista, temos um duplo sentimento:
1 – Frustração por estarmos ouvindo algo que não é;
2 – Raiva de tentarem tocar um monumento sagrado que é a gravação original da uma música.
Isso ocorre até comigo mesmo: a faixa “Nós só temos que esquecer”, que gravei em 1993 com a minha banda “Alta Ralé nunca foi igualada, mesmo eu a tendo regravado em 2007 no meu CD-Solo e em 2016 no CD dos Noiantes. Mesmo a qualidade do áudio esteja em outro nível absolutamente melhor, simplesmente não é a mesma coisa, não importa o quanto eu tente.