Às vezes, o SILÊNCIO é a melhor saudação de fim-de-ano

Li em uma revista, dessas velhas de consultório, que em um funeral, se não se souber exatamente as palavras a serem ditas a quem perdeu um ente querido, o melhor é nada dizer, só dar um abraço, nada mais. Foi bom eu ter lido isso, pois nunca soube me comportar em funerais, o que dizer então, nunca fiz a menor ideia; ler aquilo foi estratégico para me tranquilizar daqui pra frente.

Então, talvez você, agora, precise ler isso: não felicite quem está vivendo alguma perda.

Fim de ano é a época em que os sentimentos ficam aflorados – os bons e os ruins. A presença é mais celebrada, e a saudade é mais intensa.

Quando alguém está em meio a alguma perda – familiar, social, afetiva, envolvendo ou não morte, mas a distância, em algum sofrimento interno, o pior que pode escutar é “feliz natal!”, “feliz ano novo!” – a vontade sincera é retrucar “Como assim, retardado?! ´Feliz natal´ pra quem? Às favas com suas felicitações!”.

Sim, eu já cometi várias gafes – talvez perto de uma centena – de desejar bons votos de fim-de-ano a quem estava triste. Na minha cabeça idiota, eu achava que podia contagiar positivamente o alvo da felicitação.

Pode não.

E o que é pior: a cada voto sorridente de festas natalinas e de reveillon, passa na cabeça de quem está vivendo o inferno particular como poderia ser muito legal aquelas palavras, aquela cena, aquele momento, se estivesse com a pessoa que perdeu.

Um abraço ou aperto de mão, do tipo “estou aqui” já é tudo.

Então prometa para você: não esfregue ou jogue felicidade para quem não está conseguindo tê-la, pela falta de alguém. Nunca!

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Author: Marco Evangelista

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