O que chamamos de “Rock Nacional” é um recorte do rock nacional, que surgia nos anos 50 com Cely Campêlo e perdura até atualmente. Os 80´s foi a época de maior popularidade de tal gênero. Teve quatro fases:
1982 – O surgimento
Quando a Blitz estourava com “Você não soube me amar” uma mensagem era dada: Brasileiro sabia fazer rock. Do seu jeito, autêntico, sem precisar apenas ficar macaqueando enlatados (como na Jovem Guarda). É bem verdade que nos anos 70 Raul Mutantes e Rita já decantavam o ritmo, mas o final da década de 70 os transformaram em cult, gurus, distantes da nova juventude de então – tipo, a música deles ficou “adulta demais”. Estava claro que uma nova geração surgia, depois de quase quinze anos de domínio da música pelo medalhões e grandes-nomes de sempre. Na onda da Blitz surgia a safra que, até hoje, formam o núcleo linha-de-frente daquela época;
1985 – A explosão
Todo e qualquer cabal de mídia só falava em rock nacional e na new-wave. Televisão-rádio-jornal-revista era só rock nacional o tempo todo; foi nessa época que mesmo quem não gostasse de rock passou a gostar, nem que fosse por repetição. A coisa era tão massificada que tinha até trechos da música do Legião Urbana passando na Globo no intervalo da novela das seis, e toda propaganda envolvia direta ou indiretamente a imagem ou música de alguma banda de rock;
1986 – O auge
Qualquer um que tivesse uma banda de rock podia ter a oportunidade de estar no vinil, pois o mercado já estava iniciado. Foi nesse ano que surgiram a maioria – em números – de banda de rock, a quase totalidade delas já inexistentes – o marco maior dessa safra “dos que vieram depois” são os Engenheiros do Hawaii. Tinham a musicalidade da turma que veio na primeira metade da década, mas não guardavam mais o selo do pioneirismo. Todo e qualquer adolescente naquela época passaria pela vontade de ter uma banda, alguns chegaram nessa fase e não saíram, como eu, outros continuaram a evoluir socialmente;
1988 – A decadência
As músicas começaram a ficar insossas. O mercado começara a ficar saturado e cansado, e houve invasão de grandes e novos grupos pop internacionais, o que gradualmente foi reduzindo a empolgação com o rock nacional que, a essa altura, ao invés de evoluir dava sinais de cansaço, os discos, mesmo dos grandes, começaram a vir menos inspirados. Existe uma última safra de bandas, mas que já nasceram sob o manto da frieza como o “Nenhum de nós”.
O rock nacional como nós o conhecemos morreu em 1989.
Em 1990 a onda foi outra: lambada, sertanejo, axé, pagode, forró e boi.
Titãs é do caramba! 🙂