“Argus”, do Wishbone Ash (Disco) [resenha]

Eu normalmente não embarco nessa de disco, banda ou música injustiçada.

Mas esse sim… é um disco injustiçado! Não é conhecido nem por quem curte rock, mas é uma referência a ser seguido, algo a ser obrigatoriamente escutado por quem se diz roqueiro ou goste de música boa.

Reúne peso, lirismo, melodia e harmonia belíssimos, tudo em uma só obra.

É o “Dark side of the moon” do rock elaborado, a obra-prima da banda Wishbone Ash; que acabou trazendo para essa banda a maldição e pecha de nunca mais ter conseguido fazer algo sequer perto desse disco. Pagaram o caro preço da perfeição.

É uma daquelas maravilha que voc6e nunca ouviu falar porque nunca estourou nos Eua, portanto, o mundo não a conhece, só os aficionados (mais ou menos como o Uriah Heep). E tais ardorosos fãs cultuam esse disco, que tem um som que faz com que seu cérebro escorra pelo nariz de tão bom. Absolutamente chapante!
O disco é de 1972 e não duvido que tenha sido uma das fontes de inspiração para o Pink Floyd dar a guinada do “Middle” para o “Dark Side…”.

O disco é tão marcante que, 40 anos depois de lançado, os dois vocalistas principais da banda, já separados e brigados, gravou cada um deles um remake desse álbum. O de um foi gravado ao vivo, o outro o refez em estúdio. Bem… nenhum dos dois conseguiu fazer algo melhor que a obra original (malditas ideias de regravar o que já ficou bom!…).

A beleza já começa na capa: Vejo um soldado romano como que vigiando ou antevendo uma área para uma futura batalha. A exceção de duas músicas, que ao meu ver destoam do conceito do álbum, uma música chama a oura, fazendo com que você se mantenha curioso quanto “ao que virá agora”.

Vou escrever sobre as músicas que mais gosto da obra:

“Sometime World” – A faixa iniciar lenta e vai no ganhando aos poucos, depois fica pop e ao final fica agitada, mas ainda que você queria, não vai conseguir deixar de ouvi-la até o final, só pela forma como ela inicia;

“The King Will Come” – Foi a música que me apresentou o WishBone Ash, a escutei dentre um CD de coletânea de bandas, o riff dessa música me arrebatou a alma, então fui buscar a banda, e então o disco.

Essa música vem surgindo do nada. Quando começa a introdução, pesada, fica claro que é anos 70 mesmo. O baixo é todo desenhadinho, e uma das guitarras sola o riff.

A quadra começa já com duas vozes o ritmo pulsante. É uma música perfeita para ouvir correndo.

“Warrior” – Épica. Essa música lembra o império Romano, tudo a ver com a capa do disco.

“Throw Down the Sword” – A música tem um andamento idêntico à batida do coração.. A introdução é absolutamente tocante e arrebatadora. O vocal, também com duas vozes, já entra no momento em que a música já nos dominou. Mesmo que queríamos, não conseguimos mais apertar a pausa ou o stop.

Ao final, você escutara o mais lindo e elaborado solo de guitarra da sua existência até aqui. Três guitarras simultâneas que conseguem mudar nosso humor e levar nossa emoção para onde querem. Eu achava que o solo de David Gilmour na “Echoes” da versão do “Live at Pompeii” era o melhor solo do mundo… até escutar o solo do final dessa faixa.

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