Existe um dogma que prega que seria possível existir sociedade sem governo. Os cidadãos de tal sociedade teriam um consciência tão grande do que é viver em comunidade que, simplesmente não se faria necessário qualquer dirigente. Cada um saberia exatamente os deveres para com o próximo e para com a própria sociedade. “Anarquismo” pega essa possibilidade, ao contrário do que se possa pensar, anarquismo não é bagunça, não é agitação – mas sim um estado de socieadade autogovernada pela consciência individual de cada cidadão, que veriam no Estado um opressor e um ente inútil.
Realmente, uma sociedade sem Estado tiraria muito dos problemas que o próprios Estado causa pelo mau uso do poder e dos recursos – isso mesmo: até mais dinheiro para todos sobraria, pois elefante-branco estatal não estaria lá para consumir tudo.
A doutrina anárquica é legal, sedutora.
Mas é impraticável.
Comecemos pela gestão: imagine saúde, educação e segurança sem alguém para gerir. Mesmo em um Estado anárquico se precisaria de gestão, afinal, o homem não tem consciência inata de gestão coletiva (individual até tem, alguma) – se precisaria alguém ( ou “alguéns”) para organizar, colocar ordem no caos. Surgiria portanto o poder, nem que fosse inerente àquela atividade.
O poder precisa ser controlado para que não se torne arbitrário; o que faria surgir um novo poder, para controlar o poder.
E assim por diante,a té que, mesmo que não se percebesse, uma estrutura estava formada: de gestão e de controle, ou seja… O ESTADO! Ainda que com qualquer outro nome que se quisesse atribuir.
Portanto, a doutrina do anarquismo é válida para estudos teóricos acadêmicos, já que permite isolar a variável “Estado” de uma organização social para se perceber o que aconteceria sem o mesmo mas, na prática, o Estado surgiria, de uma forma ou de outra.