Admiro turmas unidas

Já havia postado que as turmas não são iguais. Realmente, em termos de organização, também não.

No geral, as turmas possuem um núcleo, organizado, que decidem os destinos da turma perante a faculdade, mas fica nisso mesmo: um núcleo. A quase maior parte fica dispersa, não é que seguem sem saber o que: é que nem seguem mesmo.

Raramente, mas já presenciei, turmas existem onde todos lá se odeiam, ninguém gosta de ninguém (com uns três ou quatro grupetos, que também se odeiam); e fico me perguntando como tais turmas um dia farão alguma festa de formatura. Mas, com eu disse, são raras.

Outras, também raras, são as turmas-título deste post. Turma coesa unida em opinião, geralmente com um líder moral (que não necessariamente é o representante).

Hoje mesmo tive mais uma prova disto.

Ontem foi feriado de corpus christi, e hoje é uma sexta, um dia impresado entre um feriado e um sábado. Na última quarta, no fim da sala em uma turma, alguém falou: “Gente, até segunda, hein!” – Eu disse: “Não adianta, vai aparecer um desavisado na sexta…”; no que de pronto me retrucaram: “Aqui não, professor!”

É óbvio que não acreditei, estou acostumado a essas tentativas de lock-out estudantil.

Hoje, sexta, por curiosidade, fui lá nessa sala: vazia.

Ou seja, essa foi uma das poucas turmas bem articuladas que eu conheci. Eu não teria aula nessa turma mas, se tivesse, não ministraria conteúdo; acho que seria uma desonestidade pedagógica lançar conteúdo como lançado quando ninguém estava presente na sala, tenho certeza que o(a) colega do horário deve ter agido da mesma forma.

O fato é que uma turma unida consegue qualquer coisa: Adiam prova, cancelam evento, direcionam atuações da faculdade, expulsam professores e até, como hoje, decretam feriado forçado.


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