“Abbey Road” – 50th Anniversary Edition. – (9 anos de EvangeBlog!)

Hoje, em pelo Dia Mundial do Blog, o EvangeBlog completa nove anos! Resolvi marcar em grande estilo: resenhando o relançamento, de 50 anos, da Obra-Mor dos Beatles (ao menos me vendas): O Abbey Road. 

É uma Obra-Prima fechada, como dava para ter sido o Álbum Branco. Dá sempre vontade de o escutarmos inteiro e não apenas em músicas soltas.

Primeiro importa saber que a versão lançada no Brasil foi a mais barata. Bem, ao menos houve uma versão aqui, no que já estamos ganhando um Boi.
A caixinha vem com dois CDS, um o original remixado, um com out-takes. E um livrinho em inglês. Algo de bom que se perdeu no tempo é que até uns 30 anos, todos os lançamentos nacionais vinham com os encartes traduzidos…
Superado a emoção visual da caixa, vamos às minhas impressões sobre cada faixa:

“Come Together” – Consegue ser pesada… sendo leve. Talvez pela cadência cavalgada. Eu costumava achar essa versão chata (mormente depois de conhecer a versão do John Lennon, pesadona e cheia, no Madison Square Garden). Mas a escutando agora, com 46 anos, a acho perfeita!. Na versão de 50 anos me parece ter a deixado mais forte e com mais punch.

“Something” – Sei lá se pelo meu estado de espírito, mas nunca tinha achado essa música tão linda. Escute a linha de baixo, o Macca sai solando embaixo, perfeito!

“Maxwell’s Silver Hammer” – Percebi um órgão hammond no fundo das quadras, que na versão antiga em vinil e nas primeiras versões nacionais em CD não aparecia, ao menos para mim. Eu nunca havia me ligado que a letra é sobre um assassino. Uma música bonitinha sobre um psicopata (!). Me lembrou aquele filme “Onde os fracos não tem vez”, onde o cara sai matando todo mundo.

 “Oh! Darling” – Gosto dos programas de rádio de flash-back. Acho que qualquer pessoa já ouviu ao menos um trecho dessa música em algum momento da vida, ainda que rápido. O Coral na segunda quadra é algo perfeito, como fizeram aquilo? Nessa versão masterizada pude notar uma dobra na voz do Paul que não surgia em edições anteriores.

“Octopus’s Garden” – Por quase uns dois anos essa foi minha musica preferida dos Beatles, sério! Depois de conhecer a obra quase toda, grudei nessa música lá por 1989. Parece música infantil, até ficar claro que é sobre uma proposta de fuga em um casal. Ainda lembro de estar lendo no Poster da Somtrês que o barulho de bolhas no fundo do solo foi feito com um canudo sendo soprado em um copo.

“I Want You (She’s So Heavy)” – Música adultona! Mostrando que a banda agora era formada por senhores e não mais por garotos. Eu não gostava dela por toda a minha juventude, só vim apreciá-la bem depois dos 40. MOstre-a a alguém que acha que “baixo tem som de nada”. A frase final é longa, quase longa demais, no limite do chato, e quando vai se tornar chato, termina abruptamente. Note que nesse final parece que tem dois baixos: um fazendo a tônica e outro com sons de “Vai-vem” nas cordas. É uma das músicas desse disco que me dizem que os Beatles iria se encaminhar para o Progressivo. Sim essa música é puro rock progressivo.

“Here Comes the Sun” – Aqui o CD matou uma magia: no Vinil abria o Lado B, e bastava ela para queremos escutar o lado inteiro. Ficamos com a impressão de que cada música do George, em perfeição, vale por umas três ou quatro das “Lennon-McCartney” (será por isso que ele foi tão ofuscado nos discos?). Em termos pop, é a melhor música do álbum (junto com Octopuss). Bem poderia ter aberto o Abbey.

“Because” – incrível imaginar que isso foi gravado sem existir “Vocalist” ou “melodine” para deixar as vozes perfeitas e afinadas.

“You Never Give Me Your Money” – Se ligue para a entrada do baixo logo na introdução e no papel deste da música a impressão é que ele sustenta toda a harmonia da primeira parte da música. Os seis movimentos dessa música se encaixam perfeitamente, embora sejam diferentes, a bateria no solo lembra o Keith Moon do The Who de tão frenética. 

Tem também o mérito de puxar “The Long One”, que é um ótimo Medley. Aqui os Beatles nos ensinaram o que fazer quando se tem um monte de músicas inacabadas.

“Sun King” – Vale pelos dois momentos: a introdução suave que nos leva para fora do momento em que estivermos e quando entra o coral. É o único registro de uma palavra em português gravado pelos Beatles, um “obrigado” bem tímido na letra.

“Mean Mr. Mustard” – Tão legalzinha que podia ser mais longa tranquilamente, mas quiseram assim, fazer o que…

“Polythene Pam” – Ninguém me convence que isso e´um rockão e que sempre que a escutamos, ouvimos umas duas guitarras distorcidas, como que tocadas pelos caras do Metallica, Megadeth, Kiss e Black Sabbath.

“She Came in Through the Bathroom Window” – O destaque é para a guitarrinha de fundo solando entre as frases da quadra, uma ótima sobre como fazer comentário de guitarra nas músicas sem atrapalhar as letras.

“Golden Slumbers” – Música de down, de fossa mesmo, parece que estamos em um bar tomando uma Brahma lembrando no último chifre. Termina com o arranjo para cima, como que nos chamando de volta à vida.

“Carry That Weight” – É, você vai ter que carregar esse peso por algum tempo. O destaque aqui é o solo marcante e a revisitação às outras músicas anteriores do lado B, tudo dentro da própria música. Genial! Contém ainda um solo de bateria do Ringo, seguido de um esquete rockão como que gravando em um palco, pela pegada. Ouvindo agora, parece uma última música de show, e sabendo da próxima música que vem no disco, faz todo sentido.

“The End” – No fim, o amor que você leva é o amor que você deixa. Agora depois dos 40 isso me ficou claro: sentirão tanta mais saudades suas pelo que você foi em vida. É isso!

“Her Majesty” – Essa música ter ficado por último me diz algo deixou o fechamento do disco pronto para as duas realidades. Se os Beatles àquele momento estivessem pensando que esse seria o último disco, “The End” fechou e essa Magesty ficou com o uma vinhetinha. Mas, malandramente, poderia ter ficado como um prenúncio de que a “The End” não significava tanto “End” assim, já que a musiquinha matreira nos avisaria que mais está por vir. Vai que…

Sobre os Out-Takes (o outro disco): Engraçado que, às vezes, ouvir out-takes acaba destruindo a magia do álbum original, por isso, penso, só é recomendável a faz escutá-los. E no caso desse disco, até para fãs é desaconselhável, pois estamos tratando de uma Obra-Prima absoluta.

O destaque aqui é o órgão diabolicamente legal que tem na versão out-take da “I Want You”, caramba, por que não colocaram aquilo na versão final? Por que?

Se tem algo que esse disco nos mostrou, é o quanto uma banda evolui, amadurece e mesmo muda seu som em quase uma década, basta comparar com a “Love Me Do” de 1962. Parece outra banda…

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