Hoje o EvangeBlog retornaria para a temática dominical dos anos 80.
Mas eu tinha um post pronto, há algum tempo, sobre um fato marcante do Ida Nelson, colégio onde estudei “apenas” quase 14 anos.
Como estou há quatro domingos postando sobre meu colégio, e na esteira do encontro dos ex-alunos ocorrido no último dia 9 de dezembro, resolvi postar o artigo hoje. Trata da despedida da lenda-viva do IBIN, Professor Viela.
Começou como um boato: “O Vilela vai sair do colégio”.
“-Como? Ele não é professor, é uma Instituição aqui no IBIN! Várias turmas antes da nossa já nos falaram dele, ele é a cara do Ida Nelson, e vai sair? – Impossível!”
Sim, era possível. Estava saindo mesmo. Ele mesmo nos contou.
As meninas tiveram a ideia de fazer uma despedida (Janaína, Gisele, Daniele, Fabiana, Roberta, Evelise, Cláudia – Lamento não lembrar de todas agora); uma homenagem no salão.
Fizemos um ensaio, de véspera, em um intervalo não lembro de qual aula.
Fiz umas faixas no computador (em impressora matricial dava pra fazer isso, com formulário contínuo). Era algo como “Vilela amigão”. Fiz duas, grudei uma em cada lado do auditório.
Todos no salão, no dia da aula dele. Imagino o que ele não deve ter pensando adentrado à sala vazia…
Uma colega nossa, não lembro quem, se encarregou de ir pegá-lo e levá-lo ao auditório (até hoje não sei a desculpa que foi usada para convencê-lo).
Assim que ele adentrou ao salão, entoamos todos, em côro, a música “Andança” – (Vi tanta areia andei, na lua cheia eu sei … / Olha a lua mansa a se derramar, ao luar descansa meu caminhar…) – Era uma das músicas que ele havia cantado com a gente na sala, naqueles papéis de músicas e poesias que ele levava pra aula – A turma cantava em uníssono enquanto eu acompanhei ao piano.
Logo depois cantamos a música “Hey Jude”, dessa vez com o Darlan acompanhando ao piano. Era a música do momento que, na regravação do Kiko Zanbianchi, não parava de tocar nas rádios naquela semana.
Pelo protocolo, pediríamos para o Vilela nos fazer algum discurso.
Mas a Fabiana, Roberta, Janaína e Evelise começaram a entoar a música “Você”, dos Paralamas do Sucesso, accapella, sem acompanhamento, todos nós fomos atrás cantando também. “Não não vá embora não… vou morrer de saudade…”.
O fato é que essa terceira música, que nem tinha sido ensaiada, ficou melhor que as outras duas, ensaiadas! 🙂
Terminadas as músicas, o Vilela nos fez um discurso de despedida que, inclusive, ele nem conseguiu terminar.
Sabíamos que havíamos nos tornado testemunhas da história.
Saímos do salão. Ainda havia aula, outra matéria. Uma semana depois, o professor Edvar assumia a cadeira de Português.
Epílogo:
Mesmo já fora do colégio, o Vilela foi nosso professor homenageado em nossa formatura e, isso eu lembro bem: ainda que terminando o o discurso já com voz embargada, nós o aplaudimos de pé.
Aquela formatura deixou a todos com nó na garganta.
Sabíamos que JAMAIS o IBIN seria o mesmo depois daquele momento.
Ouso dizer que a turma de 1991 fechou uma era naquele colégio.
Era, definitivamente, o fim da década de 80.
Nada mais foi igual.
Falou tudo, Marco. Belo texto. E você tem toda razão: o IBIN jamais foi o mesmo e nós sabíamos disso…
Já sou de uma época posterior, conheci o Vilela lá do cursinho dele no conj. Vila Municipal, e anos depois namorei a filha dele. Eita tempo baummm
Ótimo trabalho!
Após perder muito tempo na internet encontrei esse blog
que tinha o que tanto procurava.
Parabéns pelo texto e conteúdo, temos que ter mais
artigos deste tipo na internet.
Gostei muito.
Meu muito obrigado!!!