Pessoas existem com a capacidade de estarem presentes no inconsciente coletivo mesmo quando já se foram,
Pelo que posso constatar, isso se deve a dois fatores:
1) Características pessoais únicas e inconfundíveis; e
2) Carisma supra-normal, o que fez com que já em vida se tornassem imortais.
São eles:
Mussum – Quase vinte anos depois de sua morte continua “vivo”. Até ressurgindo quando da escolha do Brasil para sediar a copa. Era um dos integrantes dos trapalhões (o penúltimo a entrar na formação clássica, e segundo a sair desta, para “a melhor). Sua gíria e terminações em “sis”eram tão poderosas que são memes hoje. Um dia assisti a uma entrevista de um amigo dele, que disse que Mussum morreu magoado, por morrer fazendo tipo, caricatura, que nada daquele personagem tinha a ver com ele, tudo profissional. Verdade ou não, não foi o sambista, mas o humorista que entrou para a história. No fim dos anos 90 jornais sensacionalistas exploraram a baixa condição econômica pela qual passava sua família depois de sua morte. O filho dele hoje é ator.
Zacarias – A cara, a voz, a risada e os trejeitos (além da careta com olhos vesgos) o fez ser de longe o mais carismático dos quatro trapalhões, bem mais até do que Didi. Chocou o Brasil no especial de 25 anos dos Trapalhões em 1989, quando apareceu dando entrevistas sentado, sério e sem a peruca – falou como Mauro e não como o Zacarias. Ora, todos sabíamos que ele usava peruca, parte do próprio personagem até, mas nunca o havíamos visto falando em tom sério. Aquele programa (o primeiro Criança Esperança), se tornaria célebre por isso. Zacarias morreria um ano depois – a rapidez com que os noticiários da Globo divulgaram e silenciaram sobre a notícia fez surgir rumores estranhos sobre a real causa de sua morte; nas comunidades do Orkut se lê muito sobre isso.
Tião Macalé – Aquele “tchan!” que ele mandava após a pausa, no fim das frases, o tornou imortal. Conta a lenda (nem tão lenda, pois foi confirmada por vários companheiros de trabalho) que o “tchan” surgiu após um problema no aparelho de som em um peça, aquele acorde final da sinfonia não surgiu, ele improvisou verbalmente. Foi o que bastou para surgir o bordão e nós o repetirmos até hoje.
Dercy Gonçalves – Seu modo como naturalmente metralhava palavrões como se fossem bom dia parecia lhe colocar além do bem e do mal, de alguma forma, estava mesmo. Ela própria conta em sua autobiografia que já foi “de tudo”, e quando se assiste à série “Dercy de Verdade” se entende bem ao que ela se referia. Nos últimos 20 anos de sua vida viver sob a sombra do que foi. Eu cheguei a assistir em 1982 sua última novela, “Dulcinéa vai à guerra”, que sucedeu a “Cavalo Amarelo”, também estrelada por ela (época em que, em Manaus, a Bandeirantes era transmitida pela TV Amazonas). Foi a época em que o Walter Clark saiu da Globo, e levou a Dercy com ele para a Bandeirantes (Não se chamava “Band” ainda). Walter sairia da Bandeirantes dois anos depois, e Darcy retornaria para a Globo, passando a surgir só em especiais, outros programas de TV (como o “domingão do Faustão” no início) e entrevistas esparsas.
Costinha – Seja pelas piadas (proibidas na época – havia uns LPs “O peru da festa” com tarja de proibido e tudo!), seja pelas caretas ou seja pela simples cara mesmo, qualquer um mais velho do que 30 anos jamais o esquece. Participou de pelo menos uns 6 programas humorísticos (o último foi a “Escolinha do Professor Raimundo”) e rodava o país com seu show de piadas em teatros; em Manaus, pelo que eu saiba, nunca veio.
É óbvio que poderíamos incluir outros na lista, mas esses são tão presentes hoje, mormente nas redes sociais, que alguns chegam a duvidar que já tenham morrido há tempos (aliás, agora que percebi, esse post bem podia ter sido publicado aos domingos, quando escrevo sobre os anos 80, pois acho que só os daquela geração lembra dessas pessoas atuando em vida, além do mito).
Dentre os supracitados, o único q eu não conhecia era o Tiao Macale. Adorava assistir O Zacarias, o Mussum nos trapalhoes e as coisas engraçadas q a Dercy falava….