Era 1985 e, acabado o assunto Rock in Rio, só se falava sobre o cometa que passaria no ano seguinte, o Halley.
Sabia-se que ele passava perto da terra a cada 76 anos e que, em 1910 quando passou, assustou a todos, com o imenso clarão; os brasileiros de então achavam que era o apocalipse e tals. Enfim, seria o evento de 1986 (junto à copa do México).
A Globo, nada besta, criou logo uma “família Halley” e, no Balão Mágico, inseriu o personagem “Halleyfante” (sem graça).
Como quase tudo naquela época, fui procurar um telescópio (ok, luneta, mas chamávamos de telescópio) pra comprar.
Tinha umas legais na Escala. Bem, ganhei, uma de 400x, da Tasco.
Lembro que tais telescópios era caros mas, depois da “passagem” do cometa, caíram quase à metade do preço. Humpf! Capitalismo…
Todos se reuniram na casa (era fim de maio) dos meus pais, Chácara Maran, na época ainda sem poluição luminosa.
Liguei uma câmera Philco PVK-100 e fui perguntando dos presentes o que achava do cometa, que ainda nem tinha aparecido. A fita VHS ainda existe, quase imprestável; se eu conseguir restaurar posto aqui.
O fato é que ficamos procurando o Halley.
Até que alguém gritou, havia avistado o objeto!
Começaram a fazer fila no telescópio e saíam maravilhados.
Era uma estrelinha com uma caudinha miúda.
Eu não vi.
Mas os presentes viram (procurarei os facebooks de alguns e postarei aqui, quando encontrar).
Decepção, isso foi o Halley pra mim e para os meus colegas de Ida Nelson, ao menos para os que perguntei, na época.
Em 2062 ele volta, e vamos ver se dessa vez ele não nega fogo!
Verdade, se tornou uma piada essa passagem do halley!