A eterna música antiga; a descartável música nova

Muitos – muitos – hits dos anos 50 a 80 entraram para a eternidade, tornaram-se parte de nossas vidas.

Desde os anos 90 não mais surgiram hits eternos. Mesmo o que ascende nas paradas, some depois, para sempre, e tão rápido quanto surgiu.

Acho que presenciamos a própria decadência da música. A que se deve isso?

Na minha opinião, a facilidade  de consumo da música, iniciada com o CD no fim dos anos 80, fez com que se produzisse músicas descartáveis, fracas, sem alma ou coração.

O publico também passou a exigir cada vez mais coisas novas, que logo se enjoavam e querem novas pessoas, com novas músicas – isso se torna um ciclo vicioso e – paradoxalmente, nos faz voltar cada vez mais às músicas de décadas atrás.

Não obstante o conteúdo, noto que até a qualidade de gravação está decaindo. E deveria ser o contrário, já que nunca tivemos tanta tecnologia de gravação. O que adianta até nosso notebook ter poder de gravar uma banda inteira, com um software obtido de graça (como o Audacity), se a qualidade e profundidade do audio nem lembra a de algumas músicas dos anos 80, ou até dos 70?

Quanto ao som, só me resta pensar que o fim das fitas, dos gravadores analógicos, causaram esse decaimento.

Uma teoria também pode vir a se mostrar verdadeira: de repente nem o conteúdo nm as gravações estão inferiores, apenas nos tronamos mais saturados, exigentes ou anestesiados à qualidade das músicas e letras, e menos exigente quanto às gravações – até gostamos do som de arquivos MP3 de 128k – inferiores até aos arquivos sonoros digitais dos anos 90.

E, como se não bastasse, até os nossos deuses de sempre, os que estão há décadas e décadas na estrada, também não mantém o punch que existia em seus trabalhos anteriores.

Para onde e como tudo isso vai nos levar?

lcra

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