O conflito de interesses – e o ponto de equilíbrio

Uma faculdade particular quer, antes de tudo, que você tenha o melhor ensino possível, certo? Errado.

Como qualquer empresa, ela quer, antes de tudo, lucro. O MEIO pelo qual obterá o lucro é o ensino. Quanto mais barato para ela, em termos de custo, for o ensino e qualidade que puder oferecer para quem pague, melhro será seu resultado econômico.

Assim:

– Quanto menos pagar para um professor,

– Quanto menos gastar com aluno,

– Quanto menos gastar em estrutura,

Melhor! Entendeu ou quer que eu desenhe?

Então, temos interesse conflitante: oferecer o mais barato possível ao maior preço que possa ser cobrado. Não, nenhuma faculdade particular está errada agindo assim, é apenas a lógica do capitalismo, pura e simples.

Qualidade de ensino, estrutura, bons professores, não são finalidade; mas, como eu disse “mero” meio para a obtenção de ganhos. A arte do gestor é chegar ao “ponto de equilíbrio” (break even point), que é o ponto exato em que pode obter o máximo com o mínimo de dispêndio.

Eu nunca me chateei ou tive dúvidas quanto a isso, aliás, acho que empregado bom é o que gera altos lucros para o patrão, por isso me mantenho agregando valor em tudo o que faço.
Deixo claro que a inteligência suprema de um gestor de Instituição de Ensino Superior (IES) particular se mostra quando usa seu principal meio de contato com seus clientes para gerar o auto-marketing.
Eu explico: Professor amado gera faculdade amada, então uma faculdade particular que queira gerar altos lucros e clientela crescente e renovada precisa, antes de qualquer coisa, cobrir seu professor de tudo o que de melhor houver em regalias, econômicas e não econômicas, gerando paixão deste por sua empregadora, e resultando no brilho dos olhos dos clientes (alunos), que ficarão satisfeitos, recomendarão a faculdade para pelo menos mais uma pessoa.

No fim, qualquer adulação que a instituição tenha conferido aos seus professores parecerá irrisória ante a tão grande e crescente resultado em seu fluxo de caixa.

Ah, e antes de ficar um milímetro chateado com alguma IES particular, lembre que a opção é a pública, onde não há custo para o aluno, mas também não há o que este reclame com qualquer poder de exigir, afinal, haverão quase uma centena de pretendentes à sua vaga, se você fará falta absolutamente nenhuma em uma IES pública, isso sem flaar que só lhe restará ficar bonitinho calado quando perder os períodos por causa das greves (igualmente periódicas).

Assim, meça. Não há IES perfeita, tudo tem um preço, em dinheiro ou paciência.

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