O Sudeste, visto por um nortista

Temos impressão que é de lá que vem as coisas boas, que o que vem daqui é menor – crescemos com a ideia fixa de que lá é mais avançado e superior.

As redes nacionais de TV estão lá. As imagens das TVs locais aqui são realmente de qualidade inferior perto das de lá; questão de equipamento e iluminação, mas colabora para as de lá “sejam” melhores.

O problema é que acho que superdimensionamos tudo, como estamos de fora e longe, achamos que as coisas lá são maiores e melhores do que realmente são. É a máxima de que santo de casa não faz milagre e de que ninguém é rei em sua própria terra.

Eles, por sua vez, também nos ignoram, nos tratam como desconhecidos e, pior, aceitamos isso, mesmo sem gostar.

Aqui não tem tradição de teatro, nunca entendi como uma peça pode ficar algum tempo em cartaz por lá; aqui em Manaus só fica um ou dois dias e já todos que gostam e podem assistir assistem, e só esse o público. Os músicas aqui não se criam – as bandas de rock vivem imersa em “covers”.

Aliás, nacionalmente, tempos poucos ou nenhum conhecido: o cantor Tunai, o ator Malvino Salvador, o lutador José Aldo e os bois de Parintins,

De paisagem estamos até bons, temos a Amazônia e, como referencial urbano, o Teatro Amazonas – bem, conhecidos nacionalmente, acho que é só.

Ainda hoje  achamos que o Sudeste pensa que aqui existe jacarés e índios com penas no meio da rua.

Sim, o amazonense é auto-impõe ser colonizado, é o que eu chamo de “síndrome de vira-lata”.

É exatamente o que ocorre, em macrocosmo, do Brasil em relação a outros países “de primeiro mundo” – o brasileiro também se acha menor.

Enfim, é assim que nos vemos; com os vimos; como vivemos e somos.

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