Uma história que não é lembrada nos condena a repeti-la

Nós sempre ouvimos essa frase do título do post, embora não saibamos, concretamente, a real extensão de seu conteúdo.
Bem, vou explicar o que ela significa, com um exemplo prático:

Em novembro de 2006, no texto do meu recém-lançado livro “Direito Civil sem estresse!” eu falava (na pág. 15) sobre uns absurdos “Decretos Reservados”:

“Na época do Regime Militar instaurado em 1964 tínhamos umas ‘legislações-monstrinhos’, como os Atos Institucionais, inaugurados com o A-I 1 de 10/04/1964, e que tinham força de verdadeiras emendas constitucionais. E os ‘Decretos-Reservados’ (isso mesmo!) cujo teor, simplesmente, não eram divulgados no Diário Oficial, apenas a proclamação de sua existência (parece até piada!), o primeiro desses monstrinhos foi o DRes 1 de 11/11/1971.”

Pois bem, escrevi isso em 2006, e pensava eu estar me referindo a um descalabro já bem do passado.

Qual não foi minha surpresa quando, em 2009, vem a tona a existência dos “Atos Secretos” do Senado… exatamente a mesma monstruosidade de 40 anos atrás, revigorado!

Nas manchetes de 2009 lia-se:

“Ministério Público decide investigar atos secretos no Senado”
“Atos secretos envolveram 37 senadores dos principais partidos”
“Presidente do Conselho de Ética do Senado também assinou atos secretos

Pois é, a história se repete.
Ressalte-se que, em 2006, quando escrevi sobre os “Decretos Reservados”, quase nada encontrei sobre eles, foi um trabalho de garimpo de informação, pois o Brasil já se haviam esquecido desses decretos, quase nada havia sobre eles. O esquecimento custou caro, pois voltaram a existir, na nossa cara, e dessa vez escancaradamente na mídia e, pior, de forma impune!
É isso que acontece quando o passado é esquecido: é repetido.

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