Prisioneiros da tomada

(Esse é um post-documento)

Estamos em 2015 e nossos aparelhos eletrônicos consomem duas coisas em quantidades cada vez maiores: memória e energia.

Quanto à memória, da-se jeito. Acabou armazenamento, se coloca cartão de memória, pendrive etc.

Mas, quanto a energia, aquela que fica armazenada nas baterias, não tem jeito: só tomada mesmo. Sempre que surge um novo lançamento de celular já imagino o quanto aquilo não deva consumir de bateria. Há 20 anos a carga do meu celular Gradiente durava quatro dias, hoje a bateria do meu LG G3 não dura um dia sequer.

Não me refiro a chegar em casa e colocar tudo para carregar (notebook, ipod, ipad, celular, eReader etc) não. É que onde paramos, olhamos em volta: tem que haver uma tomada, precisamos dela para existir, atualmente. É raro eu chegar em uma sala de aula onde as tomadas já não estejam abarrotadas de celulares, quando acabam as tomadas, tiram os computadores e caixas de som – da sala mesmo – e tascam o carregador lá.

E nos corredores, então? Não raro vemos alguém em pé como um as de paus na parede, adivinha porque? – Me lembro bem de, em uma das faculdades onde ministro aula, ver um banco com três moças sentadas dividindo uma única tomada – uma delas me disse “- Olha aí Professor, um dia escreva sobre isso no blog!”

Amigo gente-fina é aquele que carrega uma régua (ou bejamim, ou “T”,  como queiram) com eele, multiplicando, e dirimindo brigas, no uso das tomadas pelos celulares. E como no Brasil temos essa put…, digo, determinação de que o plugue-tomada seja modelo diferenciado do resto do mundo, ó óbvio que andar com adaptadores é de lei.

Ao contrário do que se possa pensar, ao menos agora em 2015 não deixamos os celulares carregando sõ quando descaregam, pois ficamos sempre na paranoia de que, se deixarmos o aparelho funcionando, a qualquer momento vamos precisar muito dele, ele estará com a bateria no fi m(lei de Murphy), não haverá uma tomada em volta e ficaremos amargamente arrependidos de mnão o termos carregado quando estávamos lá no restaurante, com aquela ostensiva tomada bem do nosso lado. resultado: onde tem tomada, precisemos ou não, tascamos o carregador; e daí se a bateria estiver carregada, vai que…

É incrível como – não sei se já passou por isso – sentimos um imenso ódio de nós mesmos quando a carga da bateria seca e lembramos que estivemos lá na biblioteca e negligenciamos a linda tomadinha! E não é só a da parede que sofre não: quando estamos no carro, não importa que a bateria esteja no 100, sempre tascamos o plugue no isqueiro do carro – o seguro morreu de velho.

Aliás, enquanto escrevo esse post aqui no Café do Ponto do Manauara, sou nem doido de não deixar meu celular carregando.

tmda
Ave, Tomada! os que dependem de ti te saúdam!

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