O período da virada na facul: o sétimo

Já com mais de dez anos de magistério, se percebe coisas que pouco ou nada mudam de uma turma para outra (conto algumas no meu livro “Confissões de um professor universitário”); sobre uma dessas conclusões escrevo hoje.

Algo ocorre depois do sexto período do curso de direito: os alunos começam a ficar aplicados – os que já o eram, ficam mais.

Eu ainda não entendi o motivo, tenho três hipóteses, que enumero ao fim do post, mas o fato é que, passada a empolgação de estar “cursando Direito”, a faculdade vira festa, clube de campo, ponto de encontro, local de conversa, desfile de moda, de físicos bombados, um monte de coisa – lá pelo último lugar, entra o estudo, a matéria.

Isso, até o sexto período.

Assim que inicia o sétimo período (para alguns, esse efeito só se faz surtir lá pelo oitavo), a coisa simplesmente MUDA.

Nota-se que o interesse surge, até por matérias do início do curso; as perguntas são ouvidas. Os mauricinhos e patricinhas que enchiam o saco durante a aula parecem possuídos por alguma entidade inteligente, e atrapalham menos, já quase nada. A aura de seriedade começa a se fazer presente às primeiras palavras o do início da aula.

Minha teoria é que, no sétimo período…

  • O peso da responsabilidade começa a surgir;
  • A família começa a cobrar algum conhecimento aparente daquele que ficou três anos “saindo para ir para a faculdade”;
  • O Exame de ordem começa a chegar, e ele soa como era o vestibular nos anos 80: dá um medão realmente assustador;
  • Aparece a consciência de que, afinal, se vai precisar ganhar algum dinheiro com tudo aquilo que os professores disseram, então, melhor começar a aprender;
  • Se chega em um cansaço e esgotamento “da festa” – perdeu a graça ser malandro, então, até para a faculdade não ficar chata… melhor estudar.

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p.s.: Se sua faculdade é em regime anual, me refiro ao quarto ano, como sendo o momento da mudança.

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